A pandemia "acabou" e o dinheiro da saúde ficou escasso: quem vai investir nas startups de saúde?
Antes, uma boa ideia e um "Power Point" poderiam captar facilmente um milhão de dólares para uma startup começar. Hoje, o cenário está bem mais desafiador
Os holofotes ficaram voltados para a área de saúde na pandemia, o que fez esse mercado se reinventar da noite para o dia. Mas o auge passou e a área de saúde está em declínio. E a exigência de eficiência nos negócios passou a ser bem mais complexa. Num cenário tão desafiador, como as startups de saúde estão sobrevivendo? Como conseguem financiamento para seus projetos e como conseguem vender suas ideias?
Esse foi o tema de uma das palestras do primeiro dia do Viasoft Connect (21 de junho), maior evento de inovação em gestão empresarial no Brasil. Cesar Abicalaffe, CEO fundador da 2iM e médico por formação, mostrou que a pandemia trouxe à tona as questões mais críticas da área de saúde. "Ela levou os operadores a serem muito mais eficientes, a reduzir drasticamente o desperdício. Agora, devido à escassez de recursos na área e à crise com custos elevadíssimos, o empresário da área da saúde enfrenta um desafio enorme de gestão", revelou.
Segundo Abicalaffe, o cenário agora exige muita inovação, enxergar oportunidades que realmente atendam às necessidades do mercado. Ele ministrou a palestra ao lado de, Marcus Figueiredo, CEO da Hilab, e Wagner Massami, CEO da Harmonia e Apparenza. No evento, o trio mostrou o que está dando certo e o que está dando errado na área de saúde e as últimas novidades que viram nos mercados da China e dos Estados Unidos.
“Estive no Vale Silício no final de 2018. Naquela época, com uma apresentação de Power Point e uma boa ideia era fácil conseguir qualquer financiamento, 500 mil dólares, 1 milhão pra começar a ‘brincar’. Hoje, não dá para só ter uma boa ideia. Ela tem que ser executável, ou já estar executada. Tem que trazer solução ao gestor de saúde, ajudar a reduzir desperdícios e custos”, analisou Abicalaffe.