Ação de Dia das Crianças movimenta o sertão do Piauí  

Ação de Dia das Crianças movimenta o sertão do Piauí

Equipe do LIVRES realizou uma agenda de atividades nas comunidades sertanejas da região

O feriado de 12 de outubro foi marcado por uma série de atividades direcionadas às crianças no sertão do Piauí. A oportunidade de acesso ao lazer, cultura e atividades de formação atraíram muitas famílias. De 9 a 12 de outubro, a equipe LIVRES promoveu uma série de ações e brincadeiras com crianças e adolescentes na região urbana de Paulistana e em mais 03 comunidades: Quilombo Rocinha, Assentamento Serra Branca e Chapada, com participação de mais de 350 crianças.

Dados do relatório Cenário da Infância e Adolescência no Brasil 2021 trazem informações entristecedoras: 1,66 milhão de crianças e adolescentes de até 17 anos de idade informaram não estar estudando e 4,6 milhões de crianças e adolescentes de até 17 anos de idade informaram não ter recebido atividades para realizar em casa, mesmo que estivessem estudando.

“Nesse dia de celebramos às crianças, nos deparamos com dados que demonstram a violação aos seus direitos em diversos âmbitos. Vai do acesso à educação ao acesso à cidadania e à vida mesmo”, conta o CEO do LIVRES, Clever Murilo Pires.

Desde o início da pandemia, os agentes de missão social da organização têm se desdobrado para socorrer tantas famílias. Com o comprometimento de empresas parceiras, conseguiram chegar para assistir 53 comunidades e outros povoados em 4 cidades onde tem instituições sociais parceiras em suas necessidades básicas de alimento e água.

Com a redução das medidas de enfrentamento ao covid-19, os colaboradores puderam ampliar sua atuação na região para auxiliar as crianças. “Quando chegávamos nas comunidades, as crianças estavam largadas, sem estudar e com muita dificuldade. Os professores até tentavam, mas os resultados são muito pouco eficazes”, reitera o CEO.

Imagine o contexto: as crianças vivem em regiões rurais bem distantes, as escolas estavam fechadas e, às vezes, um ou outro professor podia levar a “tarefa” para ser distribuída na escola. Os pais trabalham na roça e não têm tempo nem transporte para ir buscar. Os que conseguem, repassam às crianças que não sabem ler e interpretar e os pais não conseguem ajudar porque, em sua maioria, são analfabetos. Um ciclo de desesperança e falta de oportunidade que se repete.

“Nossos agentes estão fazendo visitas semanais às comunidades e povoados para, enquanto uns assistem aos pais, outros se dedicam às crianças, à trazer atividades que promovam o desenvolvimento das habilidades e competências, que promovam o lazer, e os auxiliam nas tarefinhas escolares. Não conseguimos suprir toda a necessidade, mas estamos fazendo nosso melhor. Se nós não estendermos nossas mãos e desenvolvermos nossa solidariedade como cidadãos, que futuras gerações teremos?”, finaliza o executivo da instituição.