Além do mel: conheça os benefícios da apicultura para a saúde

Além do mel: conheça os benefícios da apicultura para a saúde

Especialistas comentam como os produtos apícolas podem favorecer o bem-estar

As abelhas são conhecidas, principalmente, pela produção de mel, mas há uma série de compostos produzidos por elas que vêm sendo amplamente utilizados para o benefício da saúde humana. Além do famoso mel, insumos como própolis, pólen, cera, geleia real e apitoxina são produtos que fortalecem a imunidade, aumentam a longevidade e a qualidade de vida. O professor Armindo Vieira Júnior, referência em apicultura, à frente da Cia da Abelha, esclarece que os produtos apícolas possuem valor nutricional e terapêutico. “As abelhas proporcionam saúde para o ser humano, além de cuidarem do meio ambiente através da polinização. Nas abelhas, tudo é aproveitável: do mel ao veneno”, garante o apicultor. Veja alguns exemplos:

Própolis

“A própolis brasileira, assim como o mel, é orgânica, pois nossas abelhas são africanizadas, ou seja, não necessitam de medicamentos como antibióticos para combater as doenças. Por isso, cada vez mais, cresce o interesse internacional pela própolis produzida no Brasil. Para se ter uma ideia, 92% da própolis in natura consumida no Japão é de origem brasileira (dados da Japan Trade Organization)”, explica o professor de apicultura.

“O Brasil tem 13 tipos diferentes de própolis, cada um de uma origem de planta diferente e com sua atividade biológica distinta. Todos com propriedades diferentes, ou seja, nenhuma própolis é igual. O nosso país é o que mais tem variedade de própolis no mundo”, acrescenta o especialista.

Segundo ele, há diversos estudos, principalmente nos E.U.A e Europa, que comprovam que a própolis tem substâncias químicas e biológicas que ativam processos metabólicos no organismo. O estudo Efficacy of propolis as an adjunct treatment for hospitalized COVID-19 patients: a randomized, controlled clinical trial, que foi liderado pelo pesquisador clínico Marcelo Silveira da Apis Flora, que contou com 124 participantes do Hospital São Rafael em Salvador (BA), apontou a redução no tempo de permanência hospitalar de pacientes com Covid-19 que ingeriram própolis durante internação.

De acordo com uma pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) publicada na Revista Científica Internacional Journal of Natural Products, após descobrirem oito substâncias inéditas da própolis vermelha, extraída de colmeias em Alagoas, os cientistas observaram que duas delas foram capazes de inibir o crescimento de células de câncer de mama, próstata, cérebro (glioma) e ovário, levando 50% delas à morte em testes iniciais realizados no laboratório.

Para o Dr. Hugo Gatto, médico e pós-graduando em Nutrologia, é comum ele sugerir a ingestão da própolis para pacientes que precisam aumentar a resposta imunológica. “Indico o consumo da própolis em pacientes com problemas respiratórios, atletas ou praticantes que demandam muito esforço físico. É uma substância antioxidante, capaz de neutralizar radicais livres, colaborando na prevenção de doenças e na capacidade do corpo humano em expelir partículas como vírus e bactérias. Minha indicação é ingerir em jejum, junto a outros compostos que visam o mesmo propósito, como limão, gengibre, cúrcuma e pimenta preta”, diz o médico.

Pólen

O Pólen é um dos alimentos mais nutritivos encontrados na natureza. Ele é formado por minúsculos grãos produzidos pelas flores das plantas. É colhido pelas abelhas, selecionado por elas e transportado da flor para a colmeia. É a fonte de proteína, sais minerais, vitaminas e aminoácidos das abelhas. De acordo com estudo publicado pela Faculdade de Tecnologia de Botucatu, o pólen tem 40% de proteína. “Suas proteínas são mais ricas que qualquer tipo de proteína animal. E há mais aminoácidos do que a carne, ovos, leite e seus derivados. É uma verdadeira bomba proteica. O alimento tem um sabor que varia muito da origem floral, mas geralmente é adocicado e lembra muito granola fina”, diz o apicultor.

Segundo a nutricionista Marianne Fazzi, o pólen tem baixo teor calórico e na sua composição também estão presentes fibras, vitaminas (principalmente A e E), minerais (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro e muitos outros), além de compostos bioativos. “Ele contém praticamente todos os nutrientes necessários a humanos, sendo que cerca de metade de seu teor de proteína está na forma de aminoácidos prontos para serem usados diretamente pelo organismo”, esclarece a nutricionista.

Geleia Real

A Geleia Real é um alimento exclusivo da rainha e das larvas jovens. O professor explica que uma abelha operária vive em média 42 dias e uma abelha rainha africanizada, que é essa que produz mel aqui no Brasil, chega a viver 5 anos. “O que dá a longevidade para abelha rainha é a Geleia Real, que contém uma substância chamada Apiterina, que tem capacidade sequestrante de radicais livres enorme e possui a maior atividade antioxidante do planeta. E isso vale para o ser humano que consumir a Geleia Real”, explica o especialista.
De acordo com um estudo do Centro de Ciência e Tecnologia Agroalimentar da Universidade Federal de Campina Grande, a geleia real possui múltiplas propriedades terapêuticas tais como: antimicrobiana, anti-inflamatória, antidiabética, antienvelhecimento, antitumoral, neuroprotetora, entre outras.

Cera de abelha

A cera de abelha é conhecida desde a época dos egípcios, que a utilizavam no processo de embalsamento das múmias, devido a lenta oxidação. Eles também a utilizavam para tratar feridas, doenças de pele, entre outros problemas de saúde. O professor Armindo explica que há diferentes benefícios no recurso à cera de abelhas. “Há cada vez mais pesquisas que comprovam as propriedades da cera das abelhas que ajudam na cicatrização de problemas de pele, alívio de dor, entre outros benefícios”, diz o especialista.

Apitoxina

Apitoxina é o nome dado ao veneno produzido pelas abelhas que tem ferrão, Apis Mellífera. Elas utilizam o veneno como defesa individual ou da colônia. As propriedades terapêuticas da Apitoxina vêm sendo alvo de pesquisas que buscam empregar esse produto apícola em tratamentos médicos alternativos.
Armindo explica que o uso da Apitoxina na Apiterapia consiste na aplicação de doses de veneno de abelhas vivas em pessoas para fins terapêuticos, devido às suas propriedades analgésica, anti-inflamatória e imunossupressora.

Sobre a Cia da Abelha

Fundada em 1994 pelo professor Armindo Vieira Junior, em Minas Gerais, a Cia da Abelha é uma empresa que atua como produtora e especialista em soluções voltadas para o setor de apicultura. Considerada uma das pioneiras e referência no mercado de mel e própolis no Brasil, a instituição já criou mais de 2 mil colmeias até hoje, em mais de 40 apiários. Sua produção anual de mel é superior a 40 toneladas, enquanto a de própolis é de cerca de 5 toneladas/ano. Sua demanda atual no mercado de mel é de aproximadamente 30 mil kg de mel/ano, além das já 40 produzidas, que são complementados com produções dos próprios alunos dos seus cursos presenciais e on-line de apicultura. Sendo um case de sucesso na apicultura, hoje a Cia da Abelha conta com faturamento milionário, envolvendo todas as atividades da cadeia do agronegócio que envolvam abelhas.

Sobre Marianne Fazzi

Marianne Fazzi é nutricionista formada pela Universidade Paulista (UNIP) e há 10 anos atua em consultório de emagrecimento. À frente da Clínica Trivita, desenvolveu o próprio método de emagrecimento, a Nutrição Smart, onde desenha uma estratégia personalizada para cada paciente emagrecer, de acordo com seu perfil comportamental e os sabotadores da dieta de cada um. O método identifica o porquê a pessoa não consegue seguir o plano alimentar e oferece várias soluções práticas, facilitando o resultado do paciente.
Além da Trivita, Marianne é pioneira e uma das maiores referências de cursos on-line sobre empreendedorismo e gestão de clínicas e consultórios voltados para nutricionistas, com a Escola de Negócios Amor em Nutrir, tendo assistido mais de 12 mil alunos e mentorados em todos os estados brasileiros e mais 21 países.

Sobre Hugo Gatto

Graduado em medicina pela FURB (Universidade Regional de Blumenau), o Dr. Hugo Gatto tornou-se referência em implantes hormonais, além de contar com pós graduação em Nutrologia e Medicina do Esporte. Hugo também está à frente da clínica, Instituto Gatto, referência em reposição hormonal, emagrecimento e hipertrofia.