Brasil cai 11 posições no ranking da felicidade da ONU: especialista em comportamento explica
Rebeca Toyama, especialista em comportamento e porta-voz da ODS 8 pelo Pacto Global da ONU, comenta sobre o motivo dos brasileiros estarem mais infelizes no país
O Word Happiness Report - relatório da felicidade, feito pela ONU (Organização das Nações Unidas), utilizou sete indicadores para fazer um estudo com mais de 130 nações a fim de entender quais países são os mais felizes do mundo. O Brasil já vem em uma trajetória de queda, e Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, explica seu ponto de vista sobre o resultado e ainda traz dicas para os brasileiros levarem uma vida mais feliz e com mais sentido.
Um dos indicadores utilizados, talvez um dos mais importantes, onde é questionado qual nota daria para a vida dentro daquele país, dados indicam que os brasileiros estão mais infelizes. Os números mostram que mesmo não havendo um incidente grave como uma guerra civil declarada dentro do país, no Brasil, há um clima de hostilidade política e isso também influencia a queda no ranking.
Além disso, a ONU utiliza alguns dados do país como por exemplo: o PIB, expectativa de vida, e a percepção de corrupção de cada indivíduo. O Brasil já vem em trajetória de queda há algum tempo, neste ano, o país ocupa a posição 49º, onze lugares a menos do que no ano de 2022, quando estava na 38º posição.
Em 2020, o Brasil ocupava a 29º posição e em 2015, momento onde conseguiu atingir seu melhor patamar, estava na 16º posição.
Para Rebeca Toyama, especialista em comportamento, a queda no ranking está ligada a uma quase guerra civil motivada pela polarização política, junto com o reflexo da pandemia e também com todas as questões de uma crise econômica.
“Nos últimos anos tivemos fatores que prejudicaram os brasileiros e os afastaram da felicidade: efeitos da pandemia, crise econômica global e cenário político no Brasil, e isso mostrou que a musculatura do brasileiro não deu conta”, comenta Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento.
A Finlândia lidera a lista pela sexta vez consecutiva no ranking, seguida da Dinamarca e da Islândia. E o que chamou atenção no top 10 foi Israel, que estava em 2022 na 9º posição e em 2023 ocupa a 4º posição. Já quando falamos das últimas posições do ranking, entre os cinco últimos colocados encontramos países da África e do Oriente Médio, como Botswana, Líbano e Afeganistão, encerrando o ranking.
Para melhorar a posição do Brasil no ranking, a especialista avalia que o país está sendo convidado a amadurecer e se comportar como um país que está entre as 10 principais economias.
“Temos a capacidade de transformar a realidade! Precisamos sair do papel de vítima e ir para o papel de protagonista e talvez esse seja o convite que a gente tenha que aceitar, somos uma grande nação e precisamos nos comportar dessa forma, começando pelos líderes políticos. É importantíssimo entender que a qualidade de vida e bem-estar são coisas que devem ser planejadas e não devem acontecer ao acaso. Precisamos ser a causa do resultado e a partir disso a gente consegue construir um futuro diferente com mais qualidade de vida e bem-estar”, revela Rebeca.
Como trazer mais felicidade e bem-estar para a vida dos brasileiros?
Segundo Toyama, é necessário também um amadurecimento por parte dos brasileiros para se sentirem responsáveis pela realidade da nação, ao invés de querer encontrar formas de mudar de país ou até mesmo de planeta.
“Entender que é aqui que vamos poder construir nossa história e cuidar desse lugar para que ele seja o cenário para que essa história aconteça de forma harmônica e saudável. Os brasileiros precisam amadurecer como cidadãos, aprender a votar, colaborar com as decisões da sua cidade, e se sentir responsável pelos nossos espaços. Então, é ir no caminho da responsabilidade e do amadurecimento. O brasileiro tem que olhar os problemas como oportunidade de crescimento, e entender que uma nação forte, saudável economicamente, socialmente e eticamente, é um legado incrível que podemos deixar para as gerações futuras”, finaliza.
Rebeca Toyama, especialista em carreira e comportamento, selecionou 5 dicas para os brasileiros levarem uma vida mais feliz e com mais sentido:
1- Busque aproximar seu trabalho de seu propósito: Reconheça e colabore com seus talentos e conhecimentos, isso fortalecerá você e dará sentido a sua carreira;
2- Pratique gratidão: Focar nas coisas pelas quais você é grato pode ajudar a aumentar sua felicidade e a valorizar as coisas positivas em sua vida;
3- Cultive relacionamentos positivos: Fortalecer relacionamentos com amigos e familiares pode ajudar a aumentar sua felicidade e senso de conexão com outras pessoas;
4- Mantenha um estilo de vida saudável: Cuidar do seu corpo e mente através de uma alimentação saudável, atividade física regular e sono adequado pode ajudar a melhorar sua saúde e bem-estar emocional;
5- Apoie um movimento social: Pratique atividade voluntária, fomente uma rede de apoio, contribua com alguma causa, existe uma variedade enorme de possibilidades: crianças, idosos, mulheres, gestantes, animais, arte, cultura, ecologia, direitos humanos.
Sobre Rebeca Toyama
Rebeca Toyama Msc é porta-voz da ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico) do Programa Liderança com ImPacto da ONU, fundadora da ACI – Academia de Competências Integrativas, uma empresa signatária do Pacto Global da ONU e participante do Movimento Mente em Foco promovido pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em liderança, carreira e tendência do mundo do trabalho. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach.