Casos confirmados de leptospirose sobem no Rio Grande do Sul: confira quais são os sintomas, como tratar e se prevenir da doença  

Casos confirmados de leptospirose sobem no Rio Grande do Sul: confira quais são os sintomas, como tratar e se prevenir da doença

Enchentes no estado foram as grandes responsáveis por colocar a população com o vetor de transmissão da doença, presente na urina de ratos

Por conta das enchentes durante o mês de maio, o Rio Grande do Sul acumulou a notificação de mais de 6,5 mil casos notificados (sendo 546 confirmados), mais de 3,8 mil ainda sob investigação e 25 mortes por leptospirose, segundo a Secretaria de Saúde do estado. A doença é transmitida pelo contato direto ou indireto com a urina de animais, especialmente ratos, contaminados pela bactéria Leptospira. O excesso de água contaminada foi o principal fator para o crescimento do número de casos.

“Em geral, a entrada da bactéria no organismo ocorre através da pele que tenha lesões ou machucados, pele saudável e íntegra que ficar imersa em água contaminada por longo tempo ou pelas mucosas (olhos, boca e narinas) ”, explica a infectologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Lilian Avilla. 

Os principais sintomas dos primeiros estágios da doença são a febre, dores no corpo, dor de cabeça, náuseas, vômitos e mal-estar generalizado, além de uma dor característica nas panturrilhas conhecida como “meralgia”. Algumas pessoas podem evoluir para um quadro mais grave, o que pode levar a sintomas como alteração da cor da pele e da cor da esclera (parte branca) do olho, alterações na urina, como redução de vezes e mudança na coloração e surgimento de sangramentos que podem chegar até os pulmões.

Lilian relata que o tratamento da doença para casos mais leves pode ser feito com o uso via oral de antibióticos e com medicações sintomáticas, como remédios para náuseas se ela estiver com enjoos, ou remédio para dor se estiver com dor de cabeça. Porém, para casos mais graves poderá ser necessária uma internação e o acompanhamento em uma unidade de terapia intensiva (UTI). “Isso acontece quando o paciente precisa de transfusões de sangue ou outros derivados do sangue, de hemodiálise, quando apresenta alterações da pressão que requerem a infusão de medicamentos vasopressores para controlá-la e estabilizá-la, e até mesmo quando precisa de intubação para um manejo adequado das complicações pulmonares. Além do uso de antibiótico por via endovenosa, existe todo um suporte multiprofissional necessário para atender às necessidades de pessoas em situação crítica”, detalha a médica.

Ela, porém, afirma, que com a suspeita de leptospirose já é necessário buscar atendimento médico. “Como esta é uma doença que exige um tratamento com antibiótico e pode evoluir de maneira potencialmente fatal, após o atendimento inicial para identificar se realmente se trata de uma infecção por Leptospira, deve-se traçar um plano de cuidados e acompanhamento, seja para seguimento ambulatorial ou em regime de internação hospitalar”, explica.

Os sintomas da leptospirose também podem ser confundidos com os de outras doenças, como a dengue. Por isso, destaca a profissional, é fundamental destrinchar a evolução dos sintomas, a história clínica e os achados do exame físico. “Em algumas situações, dependendo da região do país ou da época do ano, pode haver dúvida acerca de outros diagnósticos infecciosos possíveis. Quando este for o caso, é necessário complementar a investigação com a solicitação de exames gerais e específicos. Os exames gerais abrangem hemograma, provas para avaliar a função dos rins e presença de lesão do fígado, por exemplo. Os específicos são os testes para detectar o próprio microrganismo causador da doença ou a presença de anticorpos contra ele”, analisa. Segundo ela, os manuais de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde oferecem todas as orientações e métodos técnicos para determinar se a doença é leptospirose, dengue, febre-amarela ou alguma outra patologia. “Por isso, é fundamental o acompanhamento médico: para os exames adequados serem solicitados em momento oportuno, e para que os resultados sejam interpretados de maneira correta”, enaltece.

Para evitar que a doença continue se espalhando, é essencial, com a descida do nível das águas, que sejam realizados os cuidados necessários para o controle de roedores, principais vetores da doença, o que inclui evitar proporcionar lugares para que eles tenham alimento ou abrigo. Por isso, é preciso ter atenção ao destino do lixo, armazenar alimentos apropriadamente, vedar paredes, frestas, caixas d’água, além de outros cuidados envolvendo a água, como o manejo adequado de alimentos no preparo para consumo, medidas de saneamento urbano, cuidados na limpeza de locais com acúmulo de água e lama da enchente, dentre outros.

Sobre o Hospital Edmundo Vasconcelos

Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.000 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), a presença entre os principais hospitais da América Latina pelo ranking da Revista América Economia e o primeiro lugar no Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar na categoria Saúde - Hospitais, conquistado por três anos consecutivos.

Site: www.hpev.com.br