Como organizar as finanças para garantir uma aposentadoria tranquila
Desde o início do século, a expectativa de vida em todo o mundo vem aumentando. No Brasil, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a expectativa de vida média no país era de 77 anos, enquanto em 2020 era de 76,8 anos. Em um intervalo de 10 anos, a expectativa de vida no Brasil teve um aumento de quase 3 anos, considerando que em 2011, esse número estava em 74,08 anos.
Graças a esse aumento da expectativa de vida, o mercado de trabalho para pessoas mais velhas vem aquecendo. No entanto, ainda está longe do ideal. Por isso, é importante se planejar financeiramente para garantir o alcance dos objetivos no longo prazo. E quanto antes se toma consciência da necessidade de se planejar, mais fácil será manter a saúde financeira ao longo da vida, conforme explica a economista, doutora em Tecnologia e Sociedade e professora da Business School da Universidade Positivo (UP), Adriana Ripka. “O controle de gastos pode liberar mais dinheiro para economizar e investir. Por isso, o hábito de anotar as despesas pode ser um grande aliado. Com esse controle, poderão ser iniciados os hábitos de poupar e investir, que, no longo prazo, podem se tornar quantias significativas”, recomenda Adriana, que também ressalta a importância de reservar uma parte das economias para emergências e para o planejamento da aposentadoria.
A economista reconhece que pessoas de todas as idades estão sujeitas a problemas financeiros, entretanto, os idosos são mais propensos a lidar com maiores dificuldades, seja pelo aumento do custo de vida, principalmente com gastos ligados à saúde, ou por uma maior possibilidade de cair em golpes. “Buscar orientação e estar atento às mudanças nas circunstâncias financeiras, como não compartilhar dados pessoais com estranhos, evitar fazer compras ou empréstimos em seu nome para terceiros, ter atenção ao escolher um cuidador financeiro e estar atento ao equilíbrio entre as receitas e os gastos, podem ajudar a garantir a saúde financeira durante a velhice”, aponta.
A partir de uma atenção especial nesses pontos essenciais, existem algumas medidas que ajudam a evitar perdas financeiras e podem contribuir para manter as finanças em dia. “É importante ficar atento aos benefícios sociais, como medicamentos gratuitos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), redobrar a segurança das finanças com sua instituição financeira e manter o hábito de listar os gastos a fim de monitorar para onde está sendo direcionada a sua receita”, detalha a professora.
A especialista ressalta que o envelhecimento populacional é uma preocupação em todo o mundo, principalmente devido à dúvida sobre se haverá uma população economicamente ativa suficiente para atender às demandas da sociedade e também para planejar a qualidade de vida dos que se aposentaram do mercado de trabalho. “No Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é responsável por administrar a previdência social dos trabalhadores que contribuem durante sua vida ativa para ter direito a benefícios na aposentadoria. Além do INSS, existem programas que, apesar de não serem específicos para idosos, também contribuem com essa faixa etária, como o Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), o Bolsa Família, e o Farmácia Popular”, complementa Adriana. Ela também destaca o Estatuto do Idoso, que visa garantir os direitos e a proteção dos idosos no Brasil, prevendo medidas para promover a saúde, assistência social, acessibilidade, prioridade no atendimento e outros benefícios específicos para a população idosa. “Esses são apenas alguns exemplos dos benefícios implementados pelo governo brasileiro para apoiar financeiramente o público da terceira idade. Por isso, buscar informações é um dos pontos importantes para que os idosos estejam cientes dos programas e medidas que podem auxiliá-los na saúde de suas finanças e para saber se atendem aos critérios de elegibilidade e aos procedimentos necessários para acessar esses benefícios”, finaliza.