Dia Internacional da atenção à pessoas com Lúpus: o que é, sintomas e como tratar  

Dia Internacional da atenção à pessoas com Lúpus: o que é, sintomas e como tratar

Reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg explica tudo sobre a doença autoimune que atinge cerca de 65 mil pessoas no país

No dia 10 de maio é celebrado o Dia Internacional da atenção às pessoas com Lúpus. O intuito desta data é aumentar a conscientização sobre essa doença que atinge cerca de 65 mil pessoas no Brasil, sendo a maioria mulheres.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma condição em que o sistema de defesa do corpo se volta contra ele mesmo, atacando seus próprios tecidos e órgãos. Essa patologia pode impactar uma variedade de sistemas do corpo, incluindo articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões. É uma condição séria que pode levar à morte, sem o devido tratamento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia essa doença atinge pessoas em qualquer idade, porém entre 20 e 45 anos são os mais afetados, acredita-se que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha Lúpus. Os sintomas podem apresentar uma variedade de manifestações. Entre os mais frequentes estão cansaço, febre leve, falta de apetite e perda de peso. “Além desses sintomas, também podem ocorrer lesões na pele, dores e inchaço nas articulações, bem como dificuldade para respirar”, explica a reumatologista Cláudia Goldenstein Schainberg.

Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão envolvidos no desencadeamento da doença, mas a sua origem não é totalmente conhecida. Para a sua prevenção é necessário evitar a exposição solar. “A exposição ao sol pode desencadear ou piorar os sintomas devido alguns fatores: Medicamentos fotossensibilizantes, sensibilidade aos raios ultravioleta (UV), ativação do sistema imunológico e piora dos sintomas cutâneos” relata Schainberg.

Tratamento

O tratamento da LES pode ser feito com base na gravidade da condição e nos órgãos afetados pela doença. Corticóides, administrados por via oral ou através de pulsoterapia endovenosa, além da hidroxicloroquina e imunossupressores, são opções terapêuticas que podem ajudar a controlar e até mesmo induzir a remissão dos sintomas. “O cuidado precoce e adequado pode melhorar a qualidade de vida do paciente e reduzir o risco de complicações a longo prazo. O tratamento deve ser realizado somente após a indicação de um especialista”, conclui a médica Cláudia Goldenstein.

Sobre a Dra. Cláudia Goldenstein Schainberg

Com uma ampla experiência na área da saúde, Dra. Cláudia é graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos.

A Dra. Cláudia declara a importância sobre assuntos sociais relacionados à saúde, bem-estar, qualidade de vida, autocuidado e humanismo. Atualmente exerce atividades de ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância.

Também faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo Cruz. Já no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua nos Ambulatórios de Osteoartrite, Gota e Espondiloartrites.