Dia Mundial do Turismo: reflexões e perspectivas para o futuro do setor   

Dia Mundial do Turismo: reflexões e perspectivas para o futuro do setor  

Dia Mundial do Turismo: reflexões e perspectivas para o futuro do setor 

(*) Verónica Pardo

Criado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) em 1979 e, portanto, há exatos 45 anos, o Dia Mundial do Turismo é celebrado em todo o globo no dia 27 de Setembro. De modo geral, é um convite para refletir, comemorar e projetar a importância cultural, social e econômica desta potente indústria.

Com seu papel transformador, o turismo gera milhões de empregos, representa 7% do PIB mundial, promove o intercâmbio de culturas e fortalece o compromisso de vários elos da cadeia – aí inseridos empresários, empreendedores, lideranças de classe, profissionais de centenas de segmentos, autoridades governamentais e, claro, os viajantes.

Neste ano, a partir da temática “Turismo e Paz”, a comemoração da data está focada na interseção entre viagens e harmonia global. Em minha avalição, passados quase cinco anos desde a pandemia da COVID-19 e todos os seus impactos, desafios e lições, esse conceito se torna especialmente amplo e este Dia Mundial do Turismo também clama por um pensar sobre o papel de cada um na promoção de um futuro mais inclusivo por meio do turismo.

O que vivenciamos nos deu a oportunidade de mostrar como queremos oferecer o que temos e como podemos definir nossas regras para preservar nosso meio ambiente e cuidar dele para as novas gerações. É como quando convidamos pessoas para nossa casa: nos preocupamos desde a chegada até a saída de quem nos visita, quanto tempo queremos que fiquem e como cuidamos do que temos a oferecer, inclusive, estabelecendo nossos limites.

Este importante aprendizado nos permite lançar as bases para o desenvolvimento sustentável do turismo no curto, médio e longo prazos.

Há de se considerar, ainda, a mudança de perfil de viagens: hoje, os turistas procuram por destinos que ofereçam experiências autênticas, ao ar livre e em harmonia com o meio ambiente. O turismo sustentável deixou de ser um nicho restrito a poucas tribos e passou a ser uma preocupação real de governos, empresas, executivos e viajantes. O aumento de viagens sustentáveis já é uma realidade e, neste sentido, o Chile tem se destacado como um dos destinos que encapsula essas características.

Nós fomos um dos últimos países da América do Sul a reabrir as fronteiras. Desde então, temos trabalhado arduamente e os resultados chegaram. O Chile vem mostrando uma recuperação impressionante no turismo internacional. Em julho de 2024, recebemos 460.267 turistas estrangeiros, um aumento de 71,9% em comparação ao mesmo mês em 2023. Os principais mercados de origem incluem Brasil, Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos, com uma média de sete noites de estada.

Os turistas internacionais que visitam o Chile buscam uma gama diversa de atividades, desde a exploração da natureza até a experiência cultural e gastronômica.

No turismo doméstico, o Chile também registra crescimento, com um aumento de 11% em relação a 2023. Até o momento, 24.169.469 viagens turísticas foram registradas, com a Região Metropolitana concentrando 39% dessas viagens, seguida por Valparaíso com 20,2%. Isso demonstra a preferência dos chilenos por destinos que oferecem uma combinação de experiências urbanas, vinícolas e costeiras, o que fortalece a oferta turística da macrorregião central.

Esses resultados são uma resposta direta à nossa estratégia internacional focada na Europa, América do Norte e América Latina, incluindo países como Reino Unido, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil e Colômbia. Além das tradicionais iniciativas de projeção, entre as quais estão campanhas publicitárias e participação em feiras e eventos, o Chile participa ativamente do Visit South America, uma colaboração entre países sul-americanos que visa promover roteiros integrados e fortalecer a atração de turistas de longa distância para a região.

Em minha avaliação, o turismo deve trabalhar para ser protagonista em uma indústria capaz de 1) ser uma ponte entre culturas, 2) um motor de desenvolvimento econômico e 3) uma plataforma de preservação ambiental.

E o mais importante: esse futuro só será possível se esses três pilares forem confirmados e praticados a partir de mudanças positivas, adotadas individual e coletivamente.

(*) Verónica Pardo é subscretaria de Turismo do Chile