Hepatite: cinco tipos e várias formas de contágio
Informação é o melhor remédio contra a doença
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2% da população mundial pode ser portadora de algum dos cinco tipos de vírus da hepatite sem ter conhecimento do diagnóstico. No Brasil, a OMS estima que 2 milhões de pessoas vivam com o vírus da hepatite B, o mais comum entre a população mundial.
A maioria dos tipos de hepatite não tem vacina para prevenir o contágio, mas já existem opções de medicamentos para tratamento. Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou o registro do quarto remédio contra a hepatite C no país. No entanto, a prevenção e a informação ainda são as melhores maneiras de afastar essas doenças e manter a saúde do fígado. Para Marta Fragoso, médica infectologista e epidemiologista do Hospital VITA, a divulgação das formas de contágio é uma eficiente forma de prevenção. "Ao saber como é possível se contaminar, as pessoas podem se prevenir e cuidar de sua saúde. São tantas as ocasiões em que nos expomos aos riscos e somente a informação e a conscientização podem contribuir".
A médica explica que atividades comuns do dia a dia podem ser momentos de risco quando o assunto é hepatite. "Ao fazer as unhas em salões de beleza, tatuagens, piercings e acupuntura, por exemplo, é possível se contaminar com hepatite C se os materiais não forem descartáveis ou corretamente esterilizados a cada uso", explica Marta.
Hepatite de A a E
Hepatite viral A - é transmitida por meio de relação sexual sem proteção (contato sexual por meio da prática do sexo oral-anal), por água ou alimentos contaminados. Está ligada à falta de saneamento básico e condições precárias de higiene e limpeza. A vacina contra o vírus da Hepatite A está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para crianças de 1 a 2 anos de idade.
Hepatite viral B - vírus com maior presença na população mundial, é transmitido por meio das relações sexuais desprotegidas, uso de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas, agulhas e outros equipamentos, procedimentos invasivos sem esterilização adequada ou sem uso de material descartável. Causa icterícia, ou amarelão, e em geral, 95% dos pacientes adultos conseguem se recuperar com dieta adequada e medicamentos para controle dos sintomas.
Hepatite viral C - é a forma mais crônica da doença e não há vacina para prevenção. A transmissão acontece pelo uso compartilhado de materiais injetáveis em procedimentos invasivos, como acupuntura, hemodiálise, manicures, etc. Em média, 80% dos pacientes evoluem para a causa crônica com chances de desenvolver cirrose.
Hepatite viral Delta e E - são as formas menos frequentes e ainda sem vacina para prevenção. A transmissão, sintomas, controle e tratamento da hepatite Delta é semelhante ao do vírus B que necessita da presença deste para contaminar o paciente.
A hepatite E é de transmissão fecal-oral semelhante à hepatite A também nos sintomas e sinais e, portanto as estratégias de tratamento e prevenção são as mesmas.