Julho Verde alerta para os tumores silenciosos de cabeça e pescoço
Diagnóstico tardio é feito em 70% dos casos, que têm grandes chances de cura
Rouquidão ou alteração na voz, dificuldade ou dor para engolir, feridas persistentes na boca, emagrecimento sem causa definida, nódulo no pescoço, dor de ouvido ou na cabeça e tosse persistente são sintomas que precisam ser investigados. Eles estão presentes no diagnóstico dos tumores de cabeça e pescoço, que ocupam a quarta posição entre os tipos de câncer mais frequentes nos homens brasileiros. O mês de julho recebe o laço verde para conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 10.900 novos casos de câncer de cavidade oral e 6.570 novos casos de câncer de laringe para o ano de 2023. Essa neoplasia abrange todos os tumores que têm origem na boca (cavidade oral), nariz (nasofaringe, cavidade nasal e seios paranasais), garganta (orofaringe, hipofaringe, laringe) e nas glândulas salivares. David Pinheiro Cunha, oncologista do Grupo SOnHe, explica que os sintomas relacionados ao câncer dependem do local que ele tem origem. “Na fase inicial, a maioria dos casos é uma doença silenciosa e não causa nenhum sintoma, por isso a importância de consultas regulares com dentista ou médico”, alerta o oncologista.
Fatores de Risco
1. O principal fator de risco dos tumores de cabeça e pescoço é o tabagismo, sendo o risco de desenvolver câncer de cabeça e pescoço dependente do número de cigarros fumados por dia e seu tempo de uso. Tabagistas pesados têm o risco de desenvolver câncer de 5 a 25 vezes maior do que os não tabagistas. Alertas importante também para o uso do narguilé. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que consumir uma rodada do narguilé é equivalente a fumar 100 cigarros.
2. O etilismo é o segundo fator de risco mais importante. Também está relacionado com a quantidade ingerida durante a vida. Um estudo revelou o aumento de 5 a 6 vezes no risco de desenvolver o câncer de cabeça e pescoço com consumo de álcool superior a 50 g/dia versus menos de 10 g/dia (aproximadamente uma lata de cerveja).
3. O terceiro fator que ganha cada vez mais importância é a infecção pelo vírus HPV. Esse vírus é o mesmo relacionado ao câncer de colo de útero, vagina, vulva, ânus e pênis. Dentre os 150 subtipos, o mais relacionado ao câncer de cabeça e pescoço é o subtipo 16, sendo a orofaringe (garganta) o local mais acometido. Diferentemente dos outros fatores de risco, ele é responsável por câncer em pacientes mais jovens e sem hábito de tabagismo e etilismo
Para reduzir as chances de desenvolver esse tipo de câncer, deve-se evitar o cigarro, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar preservativo durante o ato sexual, tomar a vacina contra o HPV, manter alimentação equilibrada, realizar higiene oral e fazer o acompanhamento médico de rotina, que pode indicar alguma alteração nos exames e a consequente investigação.
No Brasil, cerca de 70% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são descobertos já em estágios avançados em razão da falta de informação das pessoas sobre a doença. O diagnóstico tardio aumenta a possibilidade de sequelas e diminui as chances de cura. David Pinheiro Cunha explica que os tumores de cabeça e pescoço apresentam boas chances de cura. “Quando descoberto em fase inicial, as chances de cura são de aproximadamente 90%”, reforça o oncologista do Grupo SOnHe. Para o diagnóstico, é preciso realizar uma avaliação da cavidade oral e exames de imagens (tomografia ou ressonância), mas para a confirmação será sempre necessária uma biópsia.
Tratamento
A incorporação da cirurgia robótica no tratamento desse tipo de câncer é um dos muitos avanços dessa área e possibilitou procedimentos menos invasivos e com menores sequelas. Na radioterapia, as novas técnicas trouxeram maior precisão de tratamento nas áreas acometidas pelo tumor, possibilitando maiores doses e poupando os tecidos e órgãos saudáveis. “Na Oncologia, tivemos a aprovação da imunoterapia para os pacientes com metástases ao início do tratamento. Estes medicamentos estimulam o sistema imune a combater as células tumorais, proporcionando aumento no tempo de vida associado a menores efeitos colaterais”, explica David Pinheiro Cunha.
Os avanços no tratamento têm permitido maiores chances de cura, preservando a funcionalidade dos órgãos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Apesar dessa evolução, a melhor estratégia continua sendo a não exposição aos fatores de risco, manter um estilo de vida saudável e fazer acompanhamento médico para o diagnóstico precoce.
Sobre o Grupo SOnHe
O Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia é formado por oncologistas e hematologistas que fazem atendimento oncológico alinhado às recentes descobertas da ciência, com tratamento integral, humanizado e multidisciplinar em importantes centros de tratamento de câncer em Campinas, como o Hospital Santa Tereza, Hospital Madre Theodora, Hospital Puc-Campinas, Radium Instituto de Oncologia, além do UNACON, em Americana. O Grupo oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado por 14 especialistas sendo três deles com doutorado e três com mestrado. Fazem parte do grupo os oncologistas André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinícius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva, Higor Mantovani, Débora Curi, Isabela Pinheiro, Amanda Negrini, Laís Feres e pelas hematologistas Lorena Bedotti e Jamille Cunha. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br e nas redes sociais.