O futuro das finanças corporativas é feminino

O futuro das finanças corporativas é feminino

O especialista em finanças pessoais, João Victorino, destaca como as mulheres podem e, muito provavelmente, vão liderar o mercado financeiro no Brasil

Ao analisar o atual cenário econômico do Brasil, João Victorino, administrador de empresas e especialista em finanças pessoais, percebeu que o futuro das finanças corporativas será ainda mais feminino do que hoje. “É nítido como a decisão de investir é feita mais racionalmente pelas mulheres do que pelos homens, isso se dá ao fato de não ter medo de consultar pessoas especializadas no que diz respeito ao mundo dos investimentos”, explica o especialista.

Segundo dados da B3, o primeiro investimento da mulher é muito maior do que o dos homens. Ainda segundo a pesquisa, das mais de 350 mil mulheres que começaram a investir no ano de 2020, apenas 10% interromperam sua jornada após seis meses, e com os homens o índice de desistência chegou a 17% no mesmo período, ou seja, 70% maior. “Estes números mostram que as escolhas masculinas, muitas vezes, não foram as mais adequadas ao cenário econômico do momento, entendendo que os homens procuram menos apoio especializado do que as mulheres”, comenta João.

“Estudando estes elementos, podemos inferir que as mulheres aportam uma quantia maior em seu primeiro investimento, comparado aos homens, por realizarem um processo de análise de maneira mais detalhada e serena, conseguindo se programar para cenários adversos que eventualmente surjam pelo caminho”, ressalta Victorino.

A mudança no mundo dos investimentos acontecerá em um futuro próximo, e como o aumento do número de mulheres neste setor tende a crescer e a ter o maior acesso a informação confiável e de qualidade, proporcionando maior sensação de segurança e conforto às recém chegadas neste mundo. “Basta observar a evolução que o mercado de capitais apresentou nos últimos anos, deixando claro que a facilitação do acesso a este ambiente se mostra benéfica para toda a sociedade”.

No que tange a remuneração média das mulheres, de acordo com os dados do IBGE, o salário delas é 20% menor do que o dos homens no Brasil. Por isso, é fundamental lutar pela igualdade salarial, bem como pela inserção em cargos de lideranças nas empresas e no setor público. Assim, as mulheres poderiam igualar, com facilidade, suas chances de ultrapassar os homens no mundo dos investimentos.

Ainda no que se refere ao mercado de trabalho, “Uma maior oferta de mão-de-obra feminina acarreta, muitas vezes, pouca força de negociação para melhores salários, fazendo com que as mulheres tenham que aceitar condições piores que a dos homens para garantir uma vaga no mercado de trabalho” explica João.

É certo que a conquista feminina por espaço em cargos relevantes tem mudado a forma como é visto o seu relacionamento com o dinheiro. Na medida em que elas chegam a posições de liderança, a administração de seus investimentos pessoais é enxergada com a mesma seriedade usualmente direcionada a suas atividades no trabalho.

Entender que a mulher vem conquistando amplo espaço nos mercados financeiro, de trabalho e de negócios é algo digno de respeitar todo seu esforço e crer que, dia após dia, a mulher pode liderar o futuro das finanças corporativas.

Sobre João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA-USP. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir duas vezes e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje como uma carreira bem-sucedida, João busca ajudar as pessoas a melhorarem suas finanças e a prosperarem em seus projetos ou carreiras. Para isso, o especialista idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.