O que é preciso saber na hora de escolher a universidade
Nota no MEC, renome dos professores, pesquisas publicadas: o que levar em consideração ao escolher uma instituição de Ensino Superior
Fazer o teste vocacional, escolher uma graduação, traçar um plano de carreira. O roteiro básico para qualquer jovem que está iniciando a vida profissional segue quase sempre o mesmo caminho. Mas e a universidade? Como definir qual instituição melhor se encaixa nesse roteiro ou trará mais oportunidades para o estudante no futuro? Fatores como o prestígio dos professores e reconhecimento das pesquisas ali desenvolvidas devem ser levados em consideração?
Nem sempre é fácil decidir qual das opções disponíveis é a mais adequada a cada situação. Para a coordenadora editorial do Sistema Positivo de Ensino, Milena dos Passos Lima, esse desafio precisa começar a ser resolvido seguindo alguns critérios fundamentais. Entre os fatores, o primeiro a ser levado em conta deve ser a nota da universidade no Ministério da Educação (MEC). “Esse é um indicativo importante porque diz respeito à estrutura que a instituição tem e ao grau de instrução dos professores. A nota é maior, por exemplo, em um curso que tenha muitos professores com doutorado, que tenha uma ótima estrutura e uma boa relação com os egressos”, detalha. Também são considerados o número de publicações e de pesquisas desenvolvidas em cada instituição.
Nem tudo é prestígio
Embora seja indispensável pensar em questões como o reconhecimento e o prestígio, cada estudante tem uma realidade financeira e deve levar em conta essa realidade na hora de escolher. Muito além das mensalidades, cada instituição representa um grau de investimento financeiro porque os estudantes precisam adquirir materiais de estudo, deslocar-se até a instituição, alimentar-se e, se a universidade for em outra cidade, manter-se longe da casa dos pais ou responsáveis. “Em um mundo ideal, cada estudante deveria poder decidir com base apenas nas vantagens e oportunidades de desenvolvimento que cada universidade pode trazer a ele. Mas sabemos que a questão financeira é decisiva no mundo real, por isso ter planejamento e visibilidade dos gastos desde o início é fundamental no processo de escolha e no projeto de vida dos estudantes”, afirma a especialista.
Nesse sentido, vale a pena dedicar-se a pesquisar também as opções de bolsas e descontos oferecidos por cada universidade. Com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é possível inscrever-se em programas como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Sistema de Seleção Unificada (SiSU). A maior parte das instituições oferece possibilidades envolvendo esses programas do governo. Para quem precisa de uma fonte de renda, também vale ficar de olho nas bolsas de iniciação científica disponíveis na universidade. Muitos estudantes conseguem receber essas bolsas já na graduação, desenvolvendo trabalhos de pesquisa relevantes para a ciência brasileira.
Atenção ao socioemocional
“A preocupação com a segurança e conforto socioemocionais de cada jovem não pode ser deixada de lado. Como está o estudante? Ele se sente preparado para uma mudança de cidade, por exemplo? As responsabilidades aumentam muito quando se mora sozinho e é preciso garantir que ele tenha condições emocionais de assumir essas responsabilidades”, destaca a especialista. Durante essa transição, é preciso buscar opções de apoio emocional, com acompanhamento psicológico, por exemplo. Isso pode contribuir para o desenvolvimento da autonomia.
Entrada no mercado de trabalho
Outro fator a ser considerado pertence ao campo do futuro desse estudante. Não adianta focar apenas na qualidade do curso, é preciso começar a entender como esse curso pode contribuir para a inserção do futuro profissional no mercado de trabalho. “O jovem precisa olhar para sua carreira e já pensar, por exemplo, nos cursos de pós-graduação. Que portas cada um deles poderá abrir? E, até mesmo antes disso, olhando para o início da carreira mesmo”, explica Milena. Por exemplo, em Medicina, algumas universidades têm convênios com hospitais, ou têm programas de pesquisa que “conversam” com diversos hospitais. Então essa é uma observação importante a se fazer.
Intercâmbio
Por fim, se há a intenção de estudar fora do país por um período, é muito importante informar-se sobre os convênios e parcerias de cada universidade. Muitas delas têm programas de intercâmbio com instituições estrangeiras renomadas, o que pode facilitar a conquista desse sonho.