Por que empresas do ramo de óleo e gás devem investir mais em comunicação?
Por João Paulo Gorni*
Apostar em comunicação tem sido uma estratégia eficiente há anos para empresas dos mais variados segmentos. Tal investimento permite aos gestores um olhar mais amplo e estratégico sobre o negócio, além de otimizar a capacidade de entender seus clientes e o mercado em que atuam.
Nos últimos anos, o que já era promissor ganhou ainda mais evidência com o advento das redes sociais. Hoje, consumidores usam plataformas online não só para buscar mais informações sobre empresas das quais consomem algum produto ou serviço, mas também para se conectar com essas marcas e seus representantes.
A transformação digital atrelada à comunicação pode e deve atuar como mola propulsora dos negócios, e boa parte dos gestores já entendeu essa oportunidade. A questão aqui é entendermos que os avanços tecnológicos podem impactar diretamente na maneira como uma empresa ou marca é vista no mundo, bem como revolucionar a comunicação corporativa como um todo, já que pode ainda auxiliar na forma de como tais companhias se comunicam com seus clientes e funcionários.
De acordo com o estudo Digital Investment Index 2022, em português, Índice de Investimento Digital, elaborada pela Consultoria de Estratégia Global EY Parthemon, junto a executivos de diversos países do mundo, as empresas fizeram grandes investimentos em transformações digitais neste ano, no total, 65% a mais em relação ao que foi aplicado na área em 2020.
Está aí uma grande oportunidade que, a meu ver, poderia ser melhor aproveitada por empresas do ramo de óleo e gás. Este insight surgiu a partir de uma conversa com um grupo de pessoas que não está necessariamente conectado com este universo mas que, de forma indireta, consome produtos e serviços de empresas deste segmento. Ao citar grandes players nacionais e internacionais ninguém sequer reconheceu os nomes de tais companhias que não só movimentam bilhões de dólares todos os anos, como também prestam serviços essenciais para o dia a dia da sociedade e também para o funcionamento de várias outras empresas.
Há anos tenho convivido com executivos do setor de óleo e gás, visto que a Petrogotas atua justamente como prestadora de serviços para companhias do ramo, e me surpreende o fato de boa tarde das pessoas não saber da existência desses negócios. Trata-se de um mercado bastante fechado, do qual poucos sabem o funcionamento, justamente por não haver ações de comunicação que mostrem o quão significativa é a operação dos negócios.
Há, é claro, algumas exceções, como é o caso da Shell que com certa frequência traz luz às suas ações de comunicação e ao seu posicionamento de marca, proporcionando ao seu público uma visão mais ampla do negócio. O mesmo acredito ser o caso da Equinor, que há mais de 20 anos investe no Brasil, e busca gerar valor local por meio de iniciativas sociais, patrocínios e campanhas publicitárias.
Acredito que “apenas” vender e prestar serviços não é mais o suficiente para se fazer presente no mercado atual. Há a necessidade de se investir em uma comunicação eficiente e, para isto, não há como fugir do investimento em tecnologia. Pois assim como nos demais segmentos, precisamos estar cada vez mais envolvidos no mundo digital, uma vez que este é o ambiente onde os mais variados stakeholders (clientes, investidores, funcionários, parceiros prestadores de serviço etc) fortalecem sua conexão com as empresas.
* João Paulo Gorni é fundador e diretor da Petrogotas, empresa brasileira com atuação no setor de manutenção e reparo para a indústria de óleo e gás e limpeza industrial. A frente da companhia há mais de 10 anos. Sob o comando do executivo, a Petrogotas tornou-se referência na prestação de serviço de alta criticidade, tendo hoje uma carteira de clientes composta majoritariamente por multinacionais, algumas dessas com unidade marítima (plataformas de petróleo)