Qual a relação entre a "queda" das redes e a saúde mental?
Transtornos de humor, hiperatividade, comportamento hostil estão entre os sintomas no uso excessivo das mídias sociais, de acordo com psicólogo
Na última segunda-feira (5), houve uma pane global, o Facebook, Instagram e WhatsApp caíram. Por, aproximadamente, seis horas, as redes sociais mais utilizadas do mundo ficaram fora do ar, o maior período registrado desde a criação do Facebook em 2005.
Ao todo, mais de 150 milhões de brasileiros foram impactados e permaneceram desconectados. Ainda que tenha sido um período curto do dia, mudanças no comportamento e ansiedade ocasionada pela ausência dos apps foram sentidas, trazendo a reflexão sobre o papel que as redes sociais desempenham na vida, e o potencial dano à saúde mental.
Felipe Laccelva, psicólogo e CEO da Fepo - plataforma de atendimento com ênfase em saúde mental, acredita que a queda não programada foi a principal razão pelo estresse causado, visto a quantidade de atividades realizadas diariamente nos meios digitais. “As redes sociais ocupam um espaço importante no dia a dia das pessoas, seja para trabalho ou vida pessoal. Essa queda das mídias sociais aconteceu de forma brusca e não programada, deixando um espaço vazio na rotina de cada um. Com isso, houve um aumento dos níveis de ansiedade pela impossibilidade de fazer aquilo que estava acostumado”, comenta Laccelva.
O equilíbrio quanto ao uso das redes sociais é essencial para uma boa saúde mental. Desta forma, novas portas são abertas para experienciar sensações do mundo real, como: realizar atividades juntos com familiares ou amigos, ler um livro ou ir ao parque. Com isso, é possível retomar o foco em desenvolver tarefas que trazem bem-estar.
Como as redes sociais causam danos à saúde mental?
Os aplicativos são estruturados para que os usuários passem o maior tempo possível dentro deles e interagindo. O Brasil é o terceiro país que mais utiliza as redes sociais no mundo, com média de quase quatro horas por dia, de acordo com estudo feito pelo Cupom Válido.
Em alguns casos, as redes sociais podem causar prejuízos reais como ansiedade, redução da autoestima, e o distanciamento de amigos e familiares. De acordo com Laccelva, os sinais de que o consumo excessivo das redes sociais está afetando a saúde mental, são:
• Impulsividade;
• Transtornos de humor;
• Comportamento hostil;
• Hiperatividade;
• Distanciamento de pessoas próximas.
O psicólogo reforça que adolescentes e crianças podem ser ainda mais vulneráveis nestas situações, pois, não possuem o devido amadurecimento e estão aprendendo a compreender e identificar suas emoções.
“Queda” das redes é uma oportunidade para refletir sobre o seu uso excessivo?
O avanço da tecnologia nos últimos anos foi responsável por inúmeros avanços e praticidade no dia a dia. É difícil encontrar uma atividade que não seja possível realizar com um simples toque na tela do celular.
Porém, a “queda” simultânea dos principais canais de comunicação do mundo pode ser o momento ideal para refletir sobre o espaço que a conectividade ocupou na sociedade, e o que foi deixado de lado por causa desse consumo excessivo. Além disso, é fundamental perceber quais sentimentos emergem com a ausência da vida digital, e se realmente vale a pena permitir que causem tais sensações nos seres humanos.
A gestão do tempo gasto dentro das redes sociais pode ser uma medida importante para evitar estresses e crises de ansiedade, geradas pelo uso excessivo das redes, ou como foi visto nesta semana, pela ausência delas.
Atualmente, é possível delimitar um tempo de uso diário para acessar as redes sociais, como no Instagram. Além de outros apps que monitoram o tempo de uso, que ajudam a ter um comparativo se está aumentando ou diminuindo o tempo de uso das redes. A partir disso, é possível ter um parâmetro se há exagero ou não na usabilidade.
“É importante dizer que a questão não é deixar de usar as redes sociais, elas também têm pontos positivos, como: nos aproximar de pessoas que gostamos e encurtar distâncias, principalmente neste momento que a sociedade atravessa, de pandemia, porém, é fundamental usar com moderação”, finaliza o psicólogo.
Sobre a Fepo
Fundada em 2018 pelo psicólogo Felipe Laccelva, a Fepo é uma startup digital especializada em atendimentos psicológicos, com terapias a partir de R$38,00 e mais de 60 profissionais disponíveis. Desde o início da pandemia, já realizou mais de 27 mil sessões, resultando em um crescimento de 1870%. Para mais informações acesse https://www.fepo.com.br/