Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) completa 35 anos de atuação
Instituição atua na área da conservação da biodiversidade no Brasil
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) completa, nesta terça-feira (19), 35 anos de atuação dedicados à educação, proteção de espécies ameaçadas, gestão de Unidades de Conservação, desenvolvimento de metodologias inovadoras e liderança em projetos voltados à proteção do Patrimônio Natural.
Entre os projetos voltados para a conservação de espécies ameaçadas, um dos cases de sucesso da instituição é o Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara-roxa. Com a ajuda do projeto, desenvolvido desde 1998, a espécie inicialmente classificada como ‘vulnerável’ pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), mudou em 2014 para a categoria ‘quase ameaçada’. Atualmente a instituição também está desenvolvendo o Projeto de Conservação do Mico-leão-da-cara-preta.
Projetos de conservação de áreas naturais em ambientes urbanos, como o Condomínio da Biodiversidade desenvolvido em Curitiba, projetos voltados à proteção da Floresta com Araucária, como o Programa Desmatamento Evitado e o Projeto Conexão Araucária e projetos voltados à educação ambiental, como a Escola de Conservação da Natureza também estão entre as linhas de atuação da instituição paranaense.
Conservação da natureza e desenvolvimento econômico
A SPVS também mantém, desde 1999 três reservas naturais localizadas no litoral norte do Paraná: a Reserva Natural das Águas, Reserva Natural Guaricica e a Reserva Natural do Papagaio-de-cara-roxa, responsáveis pela geração de 26 empregos diretos. Juntas as reservas protegem mais de 19 mil hectares de vegetação nativa nos municípios de Antonina e Guaraqueçaba, garantindo a manutenção de serviços ecossistêmicos, como o abastecimento de água pura para a cidade de Antonina.
Além disso, a manutenção dessas áreas tem gerado retorno financeiro aos municípios. O ICMS Ecológico é um mecanismo legal adotado por alguns governos estaduais para valorizar a existência e manutenção de Unidades de Conservação. No Paraná, 5% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado é destinado aos municípios que abrigam áreas de mananciais e Unidades de Conservação em seu território. As três reservas naturais da SPVS geraram uma receita aproximada de R$ 2 milhões aos municípios de Antonina e Guaraqueçaba por ano através do mecanismo.
Em 2018 nessa mesma região, que representa o maior remanescente contínuo do Bioma Mata Atlântica, a SPVS, acompanhada de outras instituições, lançou a iniciativa Grande Reserva Mata Atlântica.
A região da Serra do Mar e Costeira entre os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo engloba cerca de dois milhões de hectares contínuos e um grande número de Unidades de Conservação (UCs) públicas – sejam elas de responsabilidade estadual ou federal - e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN’s).
A região abriga espécies endêmicas como o mico-leão-de-cara-preta, o papagaio-de-cara-roxa, assim como animais ‘topo de cadeia’ que indicam a qualidade ecológica do local, como a onça-pintada. A iniciativa é baseada na metodologia de Produção de Natureza, que consiste na conservação de grandes áreas naturais protegidas como suporte para incentivar e fomentar o desenvolvimento local a partir de atividades de turismo de natureza e outras atividades econômicas correlatas. “Ao formar uma grande rede de atores, contando com o empresariado local, poder público, academia, e ONGs, as áreas conservadas são um mecanismo para o incremento do desenvolvimento regional, em especial a partir do turismo de natureza”, explica Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS.