Tal qual como flor, eis o novo Tao do Trio

Tal qual como flor, eis o novo Tao do Trio 

Repaginado e com novo trabalho, grupo vocal volta para ocupar seu lugar de destaque dentro do cenário artístico brasileiro

Em 2016, um episódio inédito marca a música popular curitibana: pela primeira vez, desde 1994, o Tao do Trio – criado nas salas da Faculdade de Artes do Paraná/Fap – dedica um disco ao cancioneiro de uma mulher.

Depois de perfilar a obra de Caetano Veloso (Uns Caetanos, 2001, CID Entertainment) e Cartola (Rosa que Te Quero Verde, 2007), com aceitação popular e da crítica especializada, aporta no mercado o disco “Flor de Dor – Tao do Trio Canta Etel Frota”.

Neste trabalho, o grupo, fundado pelas cantoras Cris Lemos, Helena Bel e Suzie Franco, perfila a obra desta poeta paranaense sob a direção musical e arranjos de Vicente Ribeiro, premiado compositor, arranjador e maestro nascido no Rio de Janeiro, radicado em Curitiba, respaldado, também, por 33 anos de atuação no mercado musical.

Como é de praxe na discografia conjunta destes artistas, os tributos nunca caem no lugar comum e apenas reverente, afinal, quem foi que disse que um grupo vocal não pode ser ousado? O “Tao do Trio” pode, e você saberá melhor os motivos logo abaixo.

O “Tao” fez sua estreia – que vendeu mais de seis mil cópias - a convite de uma gravadora carioca; dividiu o palco com artistas de renome nacional, como Arrigo Barnabé, Leny Andrade e Jair Rodrigues; apresentou-se, com sucesso, para plateias da capital carioca, São Paulo, Brasília, entre outros; foi o único representante do Paraná no Prêmio Caras de Música e que teve disco lançado no Japão.

Para defender 13 canções da já citada Etel, assinadas solitariamente ou com parceiros, os artistas recebem participações que, conduzidas por Vicente, acrescentam a este trabalho muito mais do que personalidade, e sim a ressignificação do mesmo, criando em cima da criação já pronta.

Em Quatro Acalantos, parceria de Angel Roman e Etel e Frota, o ouvinte encontra o Tao do Quarteto (Tao do Trio + Helena Bel). Onde os Anjos Não Ousam Pisar, feita pelo grande compositor Zé Rodrix com Etel Frota, conta com a adesão do Vocal

Brasileirão. Feita a quatro mãos, Sanctus, de Rafael Altério e Etel, apresenta curioso encontro entre o Tao e o Molungo.

Tudo isto, mais a adesão da cantora curitibana Fernanda Sabbagh, que substituiu Helena Bel a partir de 2015, reforça as três grandes características que o Tao do Trio conserva, ano após ano, nestes 22 anos de carreira: a qualidade vocal de três cantoras que, sim, tem algo a dizer; a instrumentação de Vicente Ribeiro, exigente por natureza, depuradora por formação acadêmica; e, por fim, o compromisso de oferecer ao público, uma música que, ao sofrer o teste do tempo, passe por ele com louvor.