Você sabe quando começa sua carreira?
Segundo especialista, jovens devem olhar para suas habilidades antes de escolher uma profissão; pais têm papel fundamental e podem ajudar os filhos a trilharem esse percurso
Escolher a carreira certa é um dos momentos mais decisivos na vida de um jovem. Por isso, essa opção, muitas vezes, é acompanhada dos sentimentos de angústia e pressão. Esse desafio se intensifica no final ensino médio, quando o vestibular bate na porta dos estudantes. E, para quem está cheio de dúvidas sobre o que quer ser no futuro, o caminho dessa jornada começa na análise de suas aptidões.
A dica é da professora Graciela Santuja Soares Faria, coordenadora geral do curso de psicologia do UniBrasil Centro Universitário. Conforme ela, o primeiro passo para escolher uma carreira é o autoconhecimento, ou seja: localizar quais são os seus maiores talentos e aquilo que te traz mais prazer na vida. “Depois disso, é hora de relacionar suas habilidades aos cursos de graduação disponíveis no mercado”, diz Graciela.
Ela também acredita que os jovens devem levar em consideração a opinião dos familiares e amigos. “É válido verificar quais profissões são desejadas para mim por pessoas que têm influência e o que eu verdadeiramente quero. No entanto, é preciso que o jovem se coloque como protagonista da sua história. Se fizer sentido o apontamento dos pais, vale a pena seguir os aconselhamentos”, comenta Graciela Faria.
Na opinião dela, os pais podem ajudar na aproximação dos filhos com vários profissionais, que fazem parte da sua rede de relacionamento. Eles também podem direcionar os filhos para pesquisas, ajudá-los a procurar coordenadores de cursos e incentivá-los a assistirem aulas na graduação. “É preciso “experimentar” a profissão. As feiras de profissão com atividades práticas contribuem muito e os testes vocacionais também são importantes. Às vezes é preciso ter um auxílio de um psicólogo especializado para perceber se o direcionamento vai funcionar”, observa Graciela Faria.
Com os olhos no futuro
Para o professor Marcos José Valle, coordenador da Pós-Graduação do UniBrasil, uma carreira se inicia quando as pessoas visualizam uma imagem de si, exercendo determinadas atividades no futuro. Essa, para ele, seria uma noção “romântica” da escolha da profissão, que acontece durante os insights que as pessoas têm na vida – a vontade de ser médico para ajudar os indivíduos, de seguir o direito para fazer a justiça prevalecer ou de investir na licenciatura, para construir um futuro melhor.
“No momento em que nos imaginamos contribuindo para a vida em sociedade fazendo algo com que nos identificamos, sentimos satisfação em realizá-lo. Além disso, pensamos numa profissão que nos proveja dos recursos materiais necessários para uma vida estável. Digo que esta seria a forma romântica de optar por uma carreira porque, muitas vezes, não escolhemos o caminho, mas entramos nele por acidade, em razão de outras variáveis, impostas pela realidade objetiva e material”, relata o coordenador.
Ele salienta ainda que a própria etimologia da palavra carreira deriva do latim “caminho para carros” e remete à ideia de estrada, percurso. E esse sentido também podem ser empregado quando a pauta é a trajetória profissional. “A noção de carreira está associada a um caminho que pode ser visualizado e compreendido em sua extensão, percorrido com todas as suas gratificações, mas levando em conta também os percalços a serem superados, como a duração, a falta de recursos, o cansaço e até mesmo os questionamentos sobre a escolha inicial”, esclarece Marcos Valle.
Dúvidas fazem parte do processo de escolha
O jovem que está cheio de dúvidas na hora de escolher a carreira precisa saber que não está sozinho. A maioria dos estudantes enfrenta dilemas na hora de optar por um curso superior. Para a psicóloga do UniBrasil, essas questões são saudáveis. “Que bom que as dúvidas existem. A falta de possibilidades é que me preocupa”, afirma Graciela Faria. Ela acrescenta ainda que os jovens precisam ter em mente que nenhuma escolha precisa durar a vida toda. “Se errar é possível recomeçar de outra forma e isso não deve ser encarado como um problema sem solução. Acredito que as escolhas saem erradas justamente porque temos a sensação de que não podemos errar”, finaliza Graciela.