Clube Curitibano realiza Colônia de Férias inclusiva
O clube é o primeiro do país a criar um departamento focado na inclusão dos associados com necessidades especiais
O cuidado já começa no momento da chegada: crianças com qualquer necessidade especial são recebidas na sala de acolhimento, preparada para trazer conforto e inspirar confiança. Durante todo o período da Colônia de Férias do Clube Curitibano, esses associados são atendidos por monitores especializados – mas sem segregar e, sim, incluindo as crianças nos grupos de mesma idade. A iniciativa da Colônia de Férias inclusiva é do recém-criado Departamento de Inclusão do Clube Curitibano. Inédito no país, o novo setor do clube busca maneiras de incluir associados com qualquer tipo de dificuldade, seja cognitiva ou física, às atividades que o clube oferece.
Para Laura Fagundes Ramalho, primeira-dama do Clube Curitibano e idealizadora do departamento, já passou do momento em que inclusão não deve ser estranha às pessoas e empresas. “Deveria ser obrigatório e em muitos aspectos, como acessibilidade, por exemplo, já é. É preciso olhar para as diferenças e oferecer serviços que vão ao encontro às diferentes necessidades, porque o clube é feito para as pessoas”, afirma. E conta que o Departamento de Inclusão surgiu após conversas com associados, principalmente atendendo a demandas quanto ao público infantil: “Com a Colônia de Férias inclusiva, nove famílias passaram a ter a possibilidade de inserir seus filhos nas atividades, coisa que antes seria impossível, o retorno por parte deles está sendo mais positivo do que esperávamos”.
A maioria dos casos identificados até o momento é de crianças que pertencem ao espectro autista. Pensando nesse público, a Colônia de Férias passou a contar com monitores da graduação de Psicologia, que têm experiência em educação e intervenção inclusiva e manejo de pessoas com desenvolvimento atípico. Esses estagiários se somam aos professores – que passaram por capacitação – e estagiários graduandos de Educação Física, responsáveis pela monitoria das atividades de recreação. “É uma mudança no olhar, mas ligada à ação”, explica Diva Benassi, pedagoga gerente do novo departamento, em conjunto com a psicóloga Yasmine Hernandes. “O clube abriu as portas para esse novo olhar, com a preocupação de fazer uma inclusão responsável”, elogia Diva, que tem 30 anos de experiência na área de educação e é pós-graduada em educação inclusiva.
O Departamento de Inclusão, além de realizar o treinamento dos professores e monitores da Colônia de Férias, também acompanha as atividades no dia a dia; já na inscrição, pais ou responsáveis por crianças com desenvolvimento atípico passaram por uma entrevista em que puderam relatar as especificidades de cada criança para auxiliar no planejamento das atividades. “Nosso trabalho é qualitativo, não quantitativo. Temos nove alunos em processo de inclusão em um universo de quase 400 crianças. A ideia é que todas participem de cada atividade proposta”, afirma Diva, que participou de todo o processo de concepção e implantação do setor.
A psicóloga Yasmine, especialista em análise do comportamento, salienta o engajamento de toda a equipe do clube: “Percebo que os departamentos estão receptivos e engajados nessa nova abordagem inclusiva, entendendo, inclusive, que o esporte, a cultura e a arte podem ajudar no desenvolvimento”.
Sala de acolhida
Tanto na chegada quanto na saída, os alunos com necessidades especiais passam pela sala de acolhida. É um espaço com menos estímulos, mas com materiais sensoriais específicos, com circuito psicomotor, cama elástica individual, piscina de bolinhas, almofadão sensorial e um sistema de luz feito especialmente para acalmar as crianças. “Os pais têm elogiado bastante”, afirma Diva.
A Colônia de Férias do Clube Curitibano segue até sexta-feira, 19 de julho, no período da tarde.