NovoLouvre volta ao ano de 1996 para projetar sua atualíssima moda
Inverno 2016 da marca, que abre o line-up do ID Fashion, faz o link entre o local e o universal por meio da arte
Um belo dia você acorda com saudade daquela época da vida em que problemas e responsabilidades pareciam não fazer parte do roteiro. Foi essa sensação nostálgica que inspirou a estilista Mariah Salomão na coleção 1996 RAM do NovoLouvre, marca que inaugura a passarela Catwalk do ID Fashion, às 19h30, no dia 28 de outubro, no MON.
A marca curitibana, que completa oito anos de atividades em 2015, tem se aprimorado em uma roupa feminina contemporânea, atemporal e baseada em um conceito de produção ético e sustentável. “Para nós, a economia criativa não é apenas um discurso. Empregamos costureiras que moram na periferia e podem trabalhar em suas casas, próximas aos seus filhos. Usamos matérias-primas com o mínimo de impacto ambiental e técnicas que reduzem o desperdício”, explica Mariah, que se diz entusiasmada em mostrar aos curitibanos esta fase da marca, que passou a exportar para países como Japão e vender para todo o Brasil por meio de multimarcas.
O NovoLouvre está baseado em um ateliê/showroom na rua Trajano Reis, no Largo da Ordem. O posicionamento estratégico é também genealógico. O prédio é da família de Mariah e iniciou as atividades nos remotos 1935, como Loja de Tecidos Louvre. A referência familiar chancela um escritório de design de moda atual, onde tudo é resolvido digitalmente. Ao contrário do método tradicional, os moldes são digitalizados e riscados diretamente sobre o tecido, queimando etapas do processo e evitando desperdícios.
A coleção
Nesta coleção Outono/Inverno 2016, a NovoLouvre retorna 20 anos no tempo e por isso a memória é o fio condutor que une as peças. Como de costume, a marca elege um ícone na cidade como ponto de contato e desta vez é o Memorial de Curitiba, que ilustra algumas peças em fotografias desmembradas que lembram uma estampa artsy. O NovoLouve homenageia a jovem multifacetada fotógrafa Janete Anderman. Uma característica marcante da homenageada foi destacado: o fio laranja que permeia suas obras irá prespontar algumas peças de roupa na passarela. As referências artísticas não param por aí. À convite da marca, a artista Thalita Sejanes, participante da Bienal de Curitiba 2015 (em cartaz), criou uma tapeçaria a partir de fios compostos por resíduos de tecidos utilizados por roupas do NovoLouvre. “Conseguimos colocar o upcycling (aproveitamento de resíduos de produção) em prática com muito estilo”, comemora Mariah.
As referências noventistas do tema aparecem no xadrez, que do algodão dos gruges virou um sofisticado voal; no índigo feito em estamparia digital e, portanto, mais ecológico porque evita o processo de lavanderia, e na releitura da japona, peça curitibana por excelência, que ganha o requinte de um exclusivo tecido da Santa Constança. As silhuetas continuam como forte identidade da marca: quadril marcado, longos fluidos, a cintura pontuada por blusê e ombros extreitos. “Nossas modelagens têm padronizadas estratégias definidas para valorizar o corpo da mulher normal, alongando e emagrecendo a silhueta”, explica Mariah.
O desfile
O NovoLouvre promete um desfile cool e inesquecível neste primeiro ID Fashion. O som será no melhor estilo banquinho e violão com o músico Dingue Lingue, dando o clima perfeito para o flanar das modelos. Os calçados serão fornecidos com exclusividade pela Melissa, parceira de longa data do NovoLouvre.
Ficha técnica
NovoLouvre – Outono-Inverno 2016
28 de outubro – passarela Catwalk IDFashion – MON
Produção: Áudice Lopes
Apoio: Melissa, Pablo Escobar Pub, Dellamore Assessoria, Bureau Dani Brito, Dingue Lingue (músico)