O autismo pode impactar financeiramente as famílias?  

O autismo pode impactar financeiramente as famílias?

Dia 02 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Autismo, e o especialista em finanças pessoais, João Victorino, explica como a falta de atenção dada pelo poder público pode impactar a vida destas famílias

Desde 2008, o dia 02 de abril tem sido um momento de celebrar a luta pela conscientização sobre o autismo em todo o mundo. O “Dia Mundial do Autismo”, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de informar a população em geral sobre o que é esta condição.

O especialista em finanças pessoais, João Victorino, explica que nesse dia, muitos países realizam várias atividades com a finalidade de conscientizar as pessoas. “Essa data foi criada para derrubar preconceitos e fazer com que a sociedade vire um ambiente mais amigável para as pessoas que apresentam este quadro”, diz.

O autismo pertence a um grupo de condições do desenvolvimento, conhecido por transtornos do espectro autista (TEAs). Seus sinais aparecem principalmente na infância e tendem a permanecer na adolescência e fase adulta.

Famílias que precisam dedicar atenção e tempo para pessoas que possuem o transtorno, passam por diversos impactos financeiros de alto custo, principalmente com o tratamento. “Justamente pelo fato do tratamento demandar o apoio de profissionais das mais variadas áreas da saúde, o custo de um acompanhamento adequado pode ficar, muitas vezes, inviável para a maioria das pessoas que enfrentam este desafio”, explica o especialista.

Segundo dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), mais de dois terços da população brasileira recebia até R$ 2.242,00 por familia. “Alguns destes tratamentos podem ir de R$ 3.000,00 a 30.000,00 por mês, dependendo do caso e da quantidade de terapias e intervenções que são aplicadas. Isso mostra que é praticamente inviável proporcionar tratamentos adequados para a maioria da população com TEA”, comenta João.

Diante deste cenário de falta de disposição do poder público para colocar em prática iniciativas que procurem abordar essas questões, algumas medidas podem ser exercidas para melhorar este panorama, que são pessoas próximas ao tema, com o objetivo de tornar a convivência da pessoa com autismo na sociedade de forma mais humanizada, próspera e justa.

Algumas propostas podem ser uma saída para melhorar a qualidade de vida da pessoa com autismo, auxiliando na inserção dela na sociedade. São elas:

Oferecer ensino especializado em escolas públicas;

Estabelecer uma política de saúde focada em diagnóstico especializado;

Garantir o tratamento completo pelo estado e planos de saúde;

Adaptar as leis trabalhistas para a pessoa com autismo no país.

Os direitos das pessoas com TEA, nem sempre são respeitados ou conhecidos. A sociedade precisa saber que o comportamento de uma pessoa com autismo é diferente daquele apresentado por uma pessoa que não tem nenhum distúrbio. “É muito importante que haja paciência e abertura ao entendimento para que a inclusão ocorra da melhor forma possível”, comenta o especialista.

“Ter em mente, que o autista precisa viver em sociedade, é crucial para entender que determinados benefícios concedidos a essa população, como atendimento prioritário em filas de estabelecimentos comerciais, não é uma “mordomia”, mas sim, uma forma de garantir a melhor convivência para todos, uma vez que a espera em longas filas pode causar forte desconforto para pessoas com o espectro”, finaliza João.

Sobre João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas pela Universidade e com MBA pela instituição. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro.

Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João é líder em diversidade e inclusão na Visa, atuando em prol de pessoas com deficiência. O especialista busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.