Histórias de gratidão e resiliência reforçam importância da doação de órgãos

Histórias de gratidão e resiliência reforçam importância da doação de órgãos

Celebrado em 27 de setembro, Dia Nacional do Doador de Órgãos marca gesto de generosidade que pode salvar milhares de pessoas

A vida do educador físico Paulo Collares sofreu uma reviravolta em 1984. Diagnosticado com doença renal, começou a fazer hemodiálise três vezes por semana durante 1 ano e 1 mês enquanto nutria a esperança de receber um rim. Em 5 de novembro de 1985, o momento que ele tanto aguardava finalmente chegou e Paulo recebeu um rim do irmão. Naquele momento, ele renasceu: voltou a trabalhar, a ser produtivo e a jogar tênis, esporte praticado por sua família.

“Após o transplante, a gente começa a notar uma mudança muito grande. A gente passa a ver a vida de outra maneira, é como se nascêssemos novamente. Recomecei meu trabalho, tive filhos, isso é muito gratificante. Nós podemos praticar esportes, dar valor às coisas simples que, em alguns momentos, a gente não percebe. Se a pessoa for favorável à doação de órgãos, deve avisar a família porque isso salvará muitas pessoas. Acredito que uma campanha de conscientização sobre doação de órgãos pode salvar muitas vidas. Nasci de novo no dia 5 de novembro de 1985”, relata Paulo, que participou dos Jogos Brasileiros para Transplantados deste ano e irá comemorar 37 anos como transplantado em novembro. No Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, sua história é apenas uma dentre milhares que exemplificam como a doação de órgãos transforma vidas.

O engenheiro e vice-presidente da Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), Haroldo Costa, também renasceu graças à doação de órgãos. Ele descobriu que tinha problemas renais durante a graduação e começou a fazer hemodiálise quando estava formado e inserido no mercado de trabalho. Logo no início do tratamento, seus irmãos se ofereceram para doar um rim. Haroldo recebeu o órgão que deu um novo sabor à sua existência em 1997 e, inspirado pelo jogador de tênis Gustavo Kuerten (Guga), começou a praticar a modalidade e tornou-se um atleta: “Aquilo parecia o fim do mundo pra mim, a vida deu uma guinada muito grande. Fiz o transplante, voltei a trabalhar, tive filhos. O que parecia muito ruim tornou-se algo positivo no final porque, a partir do transplante, me tornei um atleta mundial representando o Brasil em competições internacionais”.

Conscientização através do esporte

Haroldo carregou a tocha olímpica no Brasil e também participou dos Jogos Brasileiros para Transplantados. “Depois do transplante, temos uma gratidão muito grande e uma vontade de devolver os presentes que a vida nos deu. Fundamos essa associação [a ABTx] que busca apoiar todas as pessoas transplantadas, mostrar os benefícios do transplante através do esporte e usá-lo para promover a doação de órgãos. Queremos mostrar para quem está na fila do transplante que é possível, mas, para que isso aconteça, as pessoas precisam se tornar doadoras. Um sim salvou minha vida”, ressalta.

“Irmãos de sangue” é o modo utilizado por Carlos Alberto Rezende para se referir à sua relação com seu doador de medula óssea: o agricultor Luiz Eduardo Pereira de Andrade, conhecido como Dudu. Carlos foi diagnosticado com aplasia medular severa e descobriu que só seria curado com um transplante de medula óssea. Dudu decidiu se cadastrar como doador no Redome ao doar sangue com a mãe, mas só descobriu a magnitude do gesto em novembro de 2016, quando doou a medula para Carlos. O encontro deles resultou em uma relação pautada na fraternidade. “É uma felicidade gigante saber que você está salvando a vida de alguém. É muito tranquilo, simples, não existe medo nenhum. Se eu pudesse doar mil vezes, doaria. A gente aprende uma lição nova, dá um valor maior à vida. Quando você salva uma pessoa, salva uma família inteira. Ele se tornou primeiro um amigo, depois foi se tornando um irmão, hoje é como se fosse um pai pra mim”, observa Dudu.

O elo construído pela doação transcende o procedimento cirúrgico e ambos já participaram de vários desafios esportivos propostos por Carlos. Correram juntos a São Silvestre, fizeram uma meia maratona, pedalaram até o hospital onde foi realizado o transplante. “No leito do hospital, vi algumas reportagens sobre o esporte para transplantados e falei ‘Eu quero isso aí’ Até o dia do meu diagnóstico, eu era um fumante. Fui fumante por mais de 30 anos, fazia esporte de maneira corriqueira. Intensifiquei as ações, voltei para a atividade física de forma mais intensa, sempre com orientação física. Em 2017, fiz minha primeira São Silvestre, vim para o time brasileiro de atletas transplantados. O esporte faz parte da rotina diária e fui arrumando desafios”, conta Carlos.

“Nossa relação de parentesco é tão gigante que o sangue que circula no meu corpo é igual ao sangue que circula no corpo de um indiano, de um chinês, de um americano, de um alemão. Isso é um parentesco biológico evidente. Esse produto não pode ser produzido artificialmente, você só pode salvar minha vida a partir do momento em que você estende o braço para praticar empatia, que é se colocar no lugar da pessoa que precisa desse pequeno gesto para ser salva. O que é importante? Praticar empatia, ser um doador e foi o que o Dudu fez. Isso mudou minha vida e a dele, hoje caminhamos juntos”, completa.

60 mil pessoas estão na fila de espera por um transplante

Um único doador pode beneficiar até 20 pessoas com o transplante de seus órgãos e tecidos. Dados do Ministério da Saúde apontam que há cerca de 60 mil pessoas na fila de espera por um transplante de órgãos e tecidos no Brasil. São pessoas que lutam contra o tempo para encontrar um doador compatível e ganharem uma nova chance. A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revelou que a pandemia da Covid-19 fez com que o número de procedimentos diminuísse em todo o país. A cada um milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras de órgãos, o que aumenta a fila de espera por um transplante.

No primeiro trimestre deste ano, as taxas de doação continuam caindo, revela o Ministério da Saúde. Comparadas com o mesmo período de 2021, houve diminuição nas taxas de doadores (8,6%) e de transplantes de rim (13,8%), fígado (11,5%), coração (12,5%), pulmão (25%), pâncreas (37,5%), córneas (7,1%) e células hematopoiéticas (12,2%). Aos poucos, este cenário começa a mudar, mas ainda há um longo caminho de conscientização pela frente.

Campanha apresenta depoimentos e esclarecimentos sobre transplantes

Diante do cenário de redução do número de transplantes no Brasil e para marcar o mês do setembro verde, dedicado à doação de órgãos, a ABTO, SBTMO (Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea) apoiaram a criação de uma campanha de conscientização denominada Quando a Vida se Renova, cujo intuito é estimular a doação de órgãos, desmistificar preconceitos e esclarecer dúvidas relacionadas ao tema. A série documental reúne depoimentos de pacientes transplantados, familiares, doadores, médicos, ONGs e demais envolvidos em todas as etapas do processo de transplantes de órgãos e tecidos. São histórias inspiradoras de pacientes que se reinventaram após receber uma doação e tornaram-se exemplos de superação.

Para conhecer as histórias dos pacientes transplantados, acesse o link da campanha Quando a Vida se Renova. Na página, também é possível esclarecer dúvidas sobre como se tornar um doador de órgãos e tecidos, as instituições responsáveis por cada etapa e como funciona toda a jornada para que um transplante seja realizado com sucesso.

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Conheça os cinco nutracêuticos mais indicados para cães e gatos

Conheça os cinco nutracêuticos mais indicados para cães e gatos

Incorporados à dieta dos pets, esses suplementos alimentares colaboram com a qualidade de vida e longevidade

A preocupação com a saúde e as medidas de prevenção de doenças vêm se tornando cada vez mais comuns no dia a dia das pessoas. O hábito vem se refletindo também nos cuidados com os pets que, sendo considerados membros da família e grandes companheiros, acabam recebendo diversos cuidados similares aos dos humanos. Um exemplo disso é o consumo de nutracêuticos pelos animais.

Compostos bioativos com alta concentração de partes de alimentos como frutas, legumes, cereais e verduras, os nutracêuticos têm a função de nutrir e colaborar com a saúde, prevenindo e auxiliando o tratamento de doenças. “A ação dos nutracêuticos engloba desde o suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças infecciosas e processos inflamatórios. Essas substâncias são capazes de diminuir a ação de radicais livres, o estresse oxidativo e os processos degenerativos, já que atuam como antioxidantes e estimulantes da imunidade”, explica a médica veterinária da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Ana Carolina Leal Gama.

Melhor funcionamento do intestino, aumento da imunidade, controle da quantidade de açúcar no sangue, auxílio na regulação dos hormônios da tireoide, melhora da saúde dos ossos e da cognição e alívio de coceiras ou irritações da pele, são alguns dos benefícios desses componentes que podem ser incorporados às dietas de pets que se alimentam de ração, mas são especialmente necessários para os adeptos da alimentação natural. “Existem vários micronutrientes necessários para os pets que são difíceis de encontrar nos alimentos em doses adequadas, como o cálcio, o iodo, o selênio, a vitamina D, a vitamina B1, a vitamina E e a vitamina K. Por isso, é imprescindível a suplementação com nutracêuticos na dieta natural, mantendo-a sempre equilibrada e apropriada para cada animal, de acordo com a sua fisiologia”, orienta Ana Carolina.

Efeitos positivos dos nutracêuticos

Dentre os nutracêuticos mais prescritos encontram-se as betaglucanas, composto extraído de leveduras, fungos e alguns cereais como a aveia, que age como anti-inflamatório, imunomodulador e antioxidante no organismo dos pets e que apresenta ainda efeitos positivos nos cuidados paliativos de doenças incuráveis, como a desaceleração do processo de formação do câncer, redução do colesterol e dos níveis de açúcar no sangue.

A cúrcuma, ou açafrão-da-terra, é muito indicada devido à sua propriedade anti-inflamatória capaz de reduzir a dor causada pela artrite, por colaborar com a imunidade, auxiliar no tratamento de inflamações da pele e cicatrizações de feridas, além de promover a desintoxicação do fígado e ajudar na prevenção de neoplasias. Também conhecido pelas propriedades anti-inflamatórias e antitumorais e melhora da artrite e do sistema imunológico, o ômega 3, é um importante antioxidante natural com grandes benefícios para a saúde da pele e da pelagem, auxilia na perda de peso e no desenvolvimento mental e regula a pressão arterial e os triglicérides. Já a spirulina é grande aliada no combate à anemia e alergias, melhora o sistema imunológico, controla a obesidade e a diabetes, tem efeito probiótico, melhora a halitose e a incidência de cálculo dentário. E não menos importante, a clorella se destaca pela sua função detoxificante do fígado, do sangue e dos intestinos, por melhorar a oxigenação dos tecidos e por ajudar a eliminar fungos do organismo.

Embora os nutracêuticos sejam compostos naturais, só devem ser fornecidos aos animais de estimação com orientação profissional. “O consumo de quantidades elevadas ou combinação com algumas medicações pode gerar complicações para a saúde do pet. É o médico veterinário especializado quem deve avaliar as necessidades do paciente e indicar quais os ativos, as dosagens e o período de administração”, alerta a médica veterinária consultora da DrogaVET, Farah de Andrade. A veterinária enfatiza ainda que é preciso incorporar a administração dos nutracêuticos na rotina do pet de forma agradável, como misturando junto à alimentação natural ou manipulando os nutracêuticos em formas farmacêuticas de melhor aceitação: “Biscoitos, xaropes, pastas orais, caldas e molhos são algumas opções e estas ainda podem ser flavorizadas com sabores de preferência do pet, como bacon, frango, leite condensado e pão na chapa, por exemplo”.

Sobre a DrogaVET

A DrogaVET está sempre em busca de soluções no segmento de manipulação veterinária, respeitando integralmente todos os princípios éticos que regem a produção de medicamentos e a sua aplicabilidade em animais. Pioneira no segmento de farmácias de manipulação, a rede, que surgiu em 2004, já conta com mais de 100 unidades no Brasil, unindo tecnologia, inovação e o conhecimento de uma equipe altamente especializada de farmacêuticos e veterinários.

Mais informações estão disponíveis no site: www.amoranimalcaramelo.com.br.  

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Vida sexual ativa melhora saúde de pessoas na terceira idade

Vida sexual ativa melhora saúde de pessoas na terceira idade

Uso de lubrificantes à base de água e vibradores ajudam a tornar o momento mais confortável e prazeroso

Estar sexualmente ativo em qualquer momento da vida adulta não deveria ser um tabu, mas a sociedade ainda recebe com estranheza o carinho íntimo entre pessoas idosas. A verdade é que não existe a melhor idade para ter relações. Com benefícios para a saúde mental e física, o sexo na terceira idade pode representar uma série de ganhos. Para garantir que a prática seja ainda mais prazerosa, Izabela Starling e Heloisa Etelvina, fundadoras da pantynova, pioneira em bem-estar sexual no Brasil, dão dicas sobre o assunto.

Antes de tudo, é importante compreender o que se entende por sexo. “Com o passar dos anos, a forma de se relacionar vai mudando e é necessário se reinventar. Descobrir novas formas de manter a sexualidade ativa passa por entender o que cada um gosta e como atender esse desejo”, ressalta Izabela Starling.

Com menos pressão por performance ou com a falta de tempo, o sexo durante a terceira idade é importante para a qualidade de vida. Manter-se sexualmente ativo reduz os níveis de estresse, aumenta a auto-estima e traz benefícios para a saúde cardiovascular e qualidade do sono, por exemplo. No entanto, com o passar dos anos, é normal que ocorram dificuldades de ereção e dor na penetração, causada pela redução da lubrificação natural do canal vaginal. Para driblar essas mudanças, o uso de brinquedos sexuais e lubrificantes é indicado. “Ao mesmo tempo que a prática sexual vai sendo alterada com o passar dos anos, surge também a possibilidade de tornar esses momentos mais prazerosos com o uso de lubrificantes à base de água e de toys”, afirma Heloisa Etelvina.

Adquirir esses produtos, porém, pode ser um desafio para aquelas pessoas mais tímidas. É nesse ponto que as compras online ganham destaque. “Comprando pela internet é fácil entender os diferenciais e benefícios de cada um dos produtos e escolher qual vai se adequar melhor para aquela fase de redescobrimento da vida sexual. A chegada do produto em casa é extremamente discreta, podendo ser recebido por um familiar ou mesmo na portaria, sem levantar suspeitas, pois não consta na embalagem ou nota fiscal nada que identifique diretamente a compra no e-commerce da pantynova”, pontua Heloisa.

Vale destacar que manter uma vida sexualmente ativa com o passar dos anos auxilia na manutenção da tonicidade e elasticidade vaginal, reduzindo a atrofia, além de contribuir para o apetite sexual.

Sobre a pantynova

A Pantynova, scale-up pioneira no mercado de bem-estar sexual brasileiro, nasceu em 2018 com o objetivo de contribuir na descoberta da sexualidade de forma natural, leve e divertida. Fundada e gerenciada apenas por pessoas LGBTQIAP+, a empresa - que desenvolve produtos próprios, entre eles 15 vibradores e uma linha de lubrificantes veganos - foi selecionada para aceleração pela Endeavor em 2021. Acesse em www.pantynova.com 

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Livro aborda desprezo e abandono na velhice

Livro aborda desprezo e abandono na velhice

Jasmins, de Claudia Nina, é uma das poucas obras literárias que abordam temas como a velhice, a senilidade e o desamparo

A população brasileira está mudando de perfil e vivendo mais. Os efeitos dessa transformação entre os idosos e o debate sobre o futuro deles estão retratados em um livro de ficção que narra o avanço da velhice em um universo profissional ainda pouco percebido: o dos cuidadores de idosos, muitas vezes relegados eles mesmos ao abandono para executar seu trabalho.

Jasmins (176 p., R$ 44,90), da escritora Claudia Nina, é uma obra lançada pela Editora Maralto, que pertence ao grupo Arco Educação, e aborda a terceira idade sob o prisma de uma casa de repouso administrada por pretensos filantropos, nem sempre sensíveis ao duro cotidiano do local.

A ação recai sobre os funcionários, estes sim, mais diretamente ligados ao dia a dia da instituição, batizada sem rodeios desde as primeiras páginas de “depósito”.

O livro será lançado no dia 22 de setembro, a partir das 19h, na Livraria da Travessa [rua Voluntários da Pátria, 97, Botafogo, Rio de Janeiro], com entrada franca.

Descaso

A autora chama a atenção para uma realidade que não pede licença para se estabelecer e que não encontra a devida contrapartida dos agentes envolvidos. O texto mostra um universo contraditório: falta ação e sobram problemas à medida que parcela crescente de idosos se faz presente entre nós.

“Mais uma vez, a arte serve para denunciar o que se passa no mundo real. O aumento da expectativa de vida joga ainda mais luz sobre uma discussão que deveria ser prioridade nas políticas públicas; se no ano 2000 um brasileiro vivia até os 69,8 anos, em 2021 a faixa etária chegou aos 76,8 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, conta a autora.

Os números sobre essa população em escala ascendente são suficientes para balizar uma espécie de grito de socorro, que o livro tece ao longo das 176 páginas de forma poética, mas também contundente para denunciar o problema, que envolve a solidão em que os próprios idosos são relegados, o duro cotidiano dos cuidadores e as sequelas físicas e psicológicas que sofrem ao lidar com seu trabalho.

Ao penetrar no cotidiano do “depósito”, a obra acaba tratando de todo um conjunto de posturas e valores presentes em uma sociedade ainda distante das melhores virtudes do ser humano como empatia, compaixão e preocupação genuína pelo próximo, sem esperar vantagens.

A história

A personagem principal do livro, Yasmin, é uma jovem que passa a cuidar de uma mulher chamada Wanda, uma senhora doente que vive em uma casa de repouso em uma cidade interiorana, Hervália.

Assim como ocorre com as carências e demandas que a terceira idade apresenta a governos e sociedade, a história contada em Jasmins representa uma síntese dos desencontros, falta de interesse e abandono a que a terceira idade está relegada no país, com efeitos para todos os lados, inclusive para os profissionais que desempenham a árdua missão de atender os idosos.

Sem saber por quem foi contratada, Yasmin, que adota o nome das tristes flores que vê todos os dias pela janela, acaba se mudando para a pequena Hervália para acompanhar a realidade da senhora senil no asilo onde mora. Com asco permanente de tudo no lugar, inclusive da mulher a quem, em tese, ela se dedica, Yasmin se vê sufocada por uma vida triste, arrastada e sem sentido. Ao longo da história, no entanto, essa relação de distanciamento se transforma.

Crescimento sem volta

O fenômeno da longevidade é mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de indivíduos com idade acima dos 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050, o que equivale a um quinto da população mundial.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil, em 2016, tinha a quinta maior população idosa do mundo, e, em 2030, a quantidade de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos. O livro de Claudia Nina, gestado durante sete anos, é mais do que um convite à reflexão de que muita coisa precisa mudar.

Jasmins, com texto sensível e inteligente, nos faz um potente convite: acompanhar a questão de perto e pressionar as autoridades responsáveis a mudar olhares e ações sobre a terceira idade no Brasil. Afinal, nós mesmos podemos ser os desamparados do amanhã, avisa o conjunto da obra.

Sobre a autora

Claudia Nina é jornalista e doutora em Letras pela Universidade de Utrecht, na Holanda, com tese sobre Clarice Lispector. Trabalhou como professora-visitante de Teoria Literária na UERJ.

Em 2020 foi convidada para lecionar a disciplina Escrita Criativa: do real ao ficcional, na pós-graduação de Literatura Brasileira de Autoria Feminina na Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro.
É autora de romances, ficção e biografias, além de se dedicar a obras infanto-juvenis. Finalista do Prêmio Rio de Literatura 2015, é também colunista da Revista Seleções (Reader´s Digest), na qual assina a coluna online “Histórias que a vida conta”. Assina, ainda, uma coluna de crônicas no site do jornal Rascunho.

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Sonho salgado: novidade gastronômica é boa pedida para entradas

Sonho salgado: novidade gastronômica é boa pedida para entradas

Iguaria tem tratamento de alta gastronomia no Marcondes Cozinha Autoral; Sonho salgado costuma figurar entre os destaques do Menu Confiance

A alta gastronomia também é espaço para inovações, mesmo tendo a cozinha clássica como base. Uma novidade que vem chamando atenção do público é o Sonho salgado. A massa leve, geralmente associada a sobremesas e recheios doces, é repaginada para combinar toques salgados e até levemente mais ácidos.

Uma casa curitibana que vem apresentando essa combinação é o Marcondes Cozinha Autoral. O restaurante, dedicado à alta gastronomia, desenvolveu alguns sabores, que ainda não estão no cardápio, mas vem conquistando o público. O Menu Confiance, carro-chefe da casa, apresenta uma sequência de pratos surpresa, que não fazem parte do menu normal, e aqui os sonhos salgados acabam ganhando o paladar dos clientes.

Já apareceram criações como o Sonho de bacon com aioli de limão e o Sonho de bacon com suflado de mandioca e alho negro. Em setembro, a casa realiza o Festival do Polvo, uma sequência que destaca o celebrado molusco em diversas etapas, incluindo a entrada: um Sonho de polvo feito com massa de iogurte, ragu de polvo e maionese de limão siciliano. Essa sequência do Festival do Polvo (que inclui couvert, entrada, prato principal e sobremesa) sai a R$ 129,90 por pessoa. Já o Menu Confiance tem três versões, com cinco, sete e nove etapas (R$ 199, R$ 285 e R$ 349, respectivamente).

O Marcondes Cozinha Autoral fica na R. Recife (nº 220), no bairro Cabral, e funciona para jantar de segunda-feira a sábado, das 18h30 às 23h, e no almoço de sábado, das 11h30 às 15h30. Mais informações no perfil oficial do restaurante no Instagram (@marcondesrestaurante). Reservas por WhatsApp (41) 3205-4982.

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