Sistema de Transmissão Gralha Azul

 

 

 

Sistema de Transmissão Gralha Azul

Presente no Paraná desde 1998, quando iniciou suas atividades no Brasil, a ENGIE tem no respeito ao meio ambiente um valor fundamental, que, junto à responsabilidade social, orienta todos os seus projetos, como o Sistema de Transmissão Gralha Azul, em fase de implantação. Com o objetivo de melhorar a qualidade do fornecimento de energia no Centro-Sul do Estado, esse projeto – considerado de utilidade pública – vem sendo desenvolvido em total conformidade com a legislação ambiental vigente, acompanhado do diálogo contínuo com a comunidade local.

A Companhia opera usinas hidrelétricas que integram a história do Paraná, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado e também para a conservação dos recursos naturais nas regiões onde estão inseridas. Como exemplos dessa contribuição, destaca-se a produção de cerca de 80 mil mudas de espécies nativas por ano, projetos de conservação da ictiofauna e a proteção de 1,2 mil nascentes de água. Essas iniciativas se somam ao desenvolvimento de projetos sociais, tais como a implantação do Centro de Cultura de Quedas do Iguaçu e ações comunitárias nas áreas de saúde, educação e proteção à infância e à adolescência – às quais foram destinados cerca de R$ 9,5 milhões em recursos nos últimos três anos.

Assim, a implantação do Sistema de Transmissão Gralha Azul segue os mesmos preceitos de sustentabilidade que a Companhia adota historicamente em suas operações no Paraná e em todo o mundo – a ENGIE está presente em 70 países. No caso do projeto, todas as atividades desenvolvidas são devidamente licenciadas pelos órgãos competentes – nas esferas municipal, estadual e federal. Ao mesmo tempo, são adotados métodos e técnicas que visam reduzir, controlar e compensar os impactos sobre recursos naturais, sempre em conformidade legal e com medidas de compensação e minimização dos efeitos do projeto.

O traçado do Sistema de Transmissão Gralha Azul foi projetado de forma a evitar ao máximo o impacto em áreas ambientalmente protegidas e preservadas. A localização das linhas de transmissão foi exaustivamente estudada, bem como a seleção de áreas para instalação das novas subestações. Cabe destacar que a definição locacional atende a uma série de requisitos técnicos, legais, ambientais, sociais e fundiários, que ao longo do processo de licenciamento foram submetidos a vistorias terrestres e aéreas pelos órgãos competentes. O traçado depende, ainda, do atendimento às exigências técnicas estabelecidas pelo Contrato de Concessão da ANEEL, como o distanciamento mínimo de cinco quilômetros entre os circuitos e a permanência das estruturas dentro do “corredor” pré-determinado pelas autoridades.

O projeto inclui uma série de esforços para minimizar a supressão vegetal, tais como o alteamento das torres (para evitar a retirada de árvores em vãos) e o uso apenas de torres autoportantes em áreas de vegetação nativa. Além disso, buscou-se desviar de áreas de preservação, como Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), Reservas Legais, Unidades de Conservação de Proteção Integral, núcleos comunitários, urbanos e turísticos consolidados, entre outros cuidados.

A supressão vegetal necessária é previamente planejada e devidamente autorizada pelos órgãos responsáveis, que também determinam as formas de compensação e reposição. Essa compensação inclui a reposição florestal prevista no Decreto Nº1940/1996 e o atendimento à Lei nº 11.428/2006, denominada Lei da Mata Atlântica, e à Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Conforme preveem as licenças ambientais concedidas, 17 Programas Ambientais são desenvolvidos ao longo de toda a implantação do projeto, a fim de monitorar, controlar, mitigar e compensar os impactos ambientais decorrentes. Esses programas contemplam monitoramento de flora, fauna e resgate de sementes, identificação e monitoramento arqueológico, educação ambiental, supervisão da construção, recuperação de áreas degradadas e gestão ambiental, entre outros aspectos. O Sistema conta com a presença de dezenas de profissionais, das mais diversas formações, dedicados exclusivamente à área socioambiental, de modo a garantir a conformidade legal das atividades e também a adoção de boas práticas, que ultrapassam o exigido pela legislação, em caráter voluntário.

Desde a fase de planejamento, o projeto Gralha Azul vem sendo realizado com total transparência junto aos públicos envolvidos, em especial as comunidades próximas aos locais por onde as linhas passam. Ainda na fase de estudos, essas comunidades foram informadas sobre a implantação, por meio de audiências e reuniões públicas, bem como visitas a todos às propriedades e proprietários atingidos. Em complemento, são oferecidos diferentes canais de comunicação, com destaque para a Ouvidoria – que conta com uma equipe dedicada a esclarecer dúvidas, registrar manifestações e dar encaminhamento às demandas recebidas.

Cabe destacar, ainda, que além da contribuição ao desenvolvimento econômico por meio do suprimento de energia, o projeto gera múltiplos benefícios nas comunidades locais, como oportunidades de emprego nas áreas de construção civil, ambiental, terceiro setor, saúde e segurança do trabalho. Em todas as áreas, há priorização de contratação de mão de obra local – atualmente, do total de trabalhadores envolvidos, cerca de 60% são da região.

Ancorada na experiência adquirida em 22 anos de implantação de projetos de infraestrutura no Brasil, bem como no compromisso com a sustentabilidade pela qual é reconhecida globalmente, a ENGIE reitera sua total abertura ao diálogo com a imprensa e todas as demais partes interessadas, a fim de manter a sociedade informada sobre a condução de suas atividades.

 

 

 

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Município de Santa Catarina se destaca por modelo de avaliação escolar e formação continuada

 

 

 

Município de Santa Catarina se destaca por modelo de avaliação escolar e formação continuada

Dentre as boas práticas desenvolvidas pelos municípios que compõem o Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) Granfpolis, destaca-se o município de São José (SC) como exemplo na formação continuada para professores e na aplicação de simulados e monitoramento do desempenho dos alunos. Os modelos foram apresentados aos secretários municipais de Educação que participam do ADE, no dia início do mês.

“Estamos constantemente apresentando novos modelos de gestão que se destacam no território para que sirvam de exemplo para outros municípios. A troca de experiências e informações é o grande diferencial do ADE e tem transformado a Educação da região. O trabalho em Regime de Colaboração tem feito a diferença nas escolas e na qualidade da Educação dos 21 municípios integrantes”, destaca a secretária Municipal de Educação de São José, Lilian Sandin Boeing.

De acordo com a diretora de ensino do município de São José, Cláudia Macário, os projetos desenvolvidos pela secretaria municipal são interligados. “Precisamos entender o perfil da rede, da escola e da turma. A aplicação dos simulados nos permite isso. A avaliação está atrelada à formação, pois dessa forma conseguimos analisar onde precisamos avançar nos projetos - entre eles, na formação continuada dos nossos profissionais. Não olhamos um projeto isolado e sim pensando no todo, professores e alunos”, explica.

Simulados e monitoramento do desempenho dos alunos

A gestão educacional de São José coloca a avaliação como prioridade no processo de ensino e aprendizagem. As ações foram pensadas em 2014, após a divulgação do Ideb de 2013. “Quando vimos os resultados, saímos da zona de conforto para mudar nossa forma de atuação. A nota final é o que menos vale, é preciso olhar a nota da aprendizagem. Com isso, houve um repensar na prática pedagógica por parte dos professores e um maior comprometimento da comunidade escolar”, comenta o assessor pedagógico da secretaria de Educação de São José, Vilmar Peres Junior.

A aplicação dos simulados no município iniciou em 2015, com o objetivo de acompanhar os estudantes e levantar subsídios pedagógicos ao trabalho das equipes gestoras, especialistas e docentes das unidades, bem como para a assessoria pedagógica da secretaria de Educação. “Inicialmente, aplicamos uma prova diagnóstica em todos os anos do Ensino Fundamental para entender os indicadores e compreender onde era preciso atuar enquanto secretaria de Educação e enquanto escola. Na sequência, passamos a aplicar simulados com relatórios de devolutivas para a equipe pedagógica, com rendimento por turma e erros, além de análise dos distratores e orientações sobre onde o professor precisa atuar para melhorar a capacidade de aprendizagem dos nossos estudantes”, destaca.

Em 2017, o processo foi aperfeiçoado, e, em 2019, quase 2,5 mil alunos do 5º ao 9º ano das 23 escolas municipais realizaram três simulados e mais a etapa final. Também foram realizadas mobilizações em formatos interativos, com "quizzes" e jogos. A avaliação contribuiu para maior integração entre os profissionais da rede e tem feito a diferença para os estudantes. “O que estamos vendo, desde 2015, é que os estudantes estão mais preparados e motivados para fazer a prova, compreendendo que são protagonistas desse processo”, complementa Peres Junior.

Formação continuada

A docência exige constante aperfeiçoamento para a melhoria das práticas pedagógicas e a construção do conhecimento dos estudantes. Várias empresas com profissionais qualificados estão no mercado com serviços de formação continuada. Porém, em São José são os próprios educadores da rede que exercem o trabalho de formadores, socializando seus conhecimentos teóricos e práticos em sala de aula. Desde 2018, o quadro de formadores é composto plenamente por educadores vinculados à rede municipal de ensino, nas diversas áreas do conhecimento. Os encontros são realizados na hora-atividade coletiva de cada área específica, mensalmente, na Casa do Educador, local destinado às formações para a rede de ensino.

“A equipe pedagógica da secretaria teve um papel muito importante no mapeamento dos profissionais com mestrado ou doutorado, que tinham interesse em compor o grupo de formadores, já que são profissionais que trabalham de forma muito próxima da unidade escolar”, explica a assistente pedagógica da secretaria municipal, Carla Cristofolini. Nesses dois últimos anos, a temática geral para a rede foi a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os professores se reuniram para a organização do currículo da rede de São José, documento que está pronto para ser encaminhado ao Conselho Municipal de Educação. “Entendemos que mudar apenas o currículo no papel não é suficiente. A gente queria realmente colocar em prática a BNCC, estudando as habilidades e as competências dos estudantes. Foi um processo bem trabalhoso e dinâmico, mas muito prazeroso porque vai ser um currículo com a identidade do município.”, enfatiza Carla.

A mudança de modelo da formação continuada reforçou a valorização dos profissionais da própria rede. Existe um reconhecimento pelo trabalho dos professores consultores e dos participantes. Muitos trazem experiências da sala de aula para as formações, o que proporciona uma rica troca de conhecimentos. Tamanha oportunidade para melhorar resultou em ganho no rendimento dos alunos. Consequentemente, a rede foi beneficiada com aumento de qualidade, tanto no processo de ensino, como na aprendizagem.

A Secretaria de Educação de São José é responsável por grande parte do andamento dos projetos. Desde a seleção dos consultores do novo modelo de formação continuada até o acompanhamento das formações. Nos simulados, não é diferente. Todos os processos de elaboração, impressão, aplicação e devolutivas dos resultados são feitos dentro da secretaria. As iniciativa reduzem consideravelmente os custos do município com formação dos profissionais e avaliação dos alunos.

Os projetos desenvolvidos em São José são aplicáveis em qualquer rede. Foi criado um modelo a partir da realidade e do contexto da rede municipal. A secretaria ouviu os anseios dos professores, tomou a decisão de colocar em prática e tem dado certo. Já os simulados são encaminhados como modelo para outros municípios. Justamente o que prega o ADE: compartilhar experiências e trabalhar em colaboração.

 

 

 

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Delícias do inverno londrinense para pedir no delivery, take away ou drive-thru

 

 

 

Delícias do inverno londrinense para pedir no delivery, take away ou drive-thru

Restaurantes de shopping diversificam formas de entrega para atender consumidores no conforto do lar

O inverno chegou há poucos dias e, apesar das temperaturas ainda não estarem tão baixas, a partir do entardecer o clima mais fresco começa a aparecer. É nessa hora que o paladar fica aguçado por uma comida marcante, específica dessa estação. Além dos tradicionais pratos típicos do inverno, como as sopas e os caldos, há outras opções quentes e deliciosas dessa estação, como fondues, risotos e batatas recheadas.

Depois de um dia intenso de trabalho, contar com a comodidade de uma comida preparada pelas mãos de grandes chefes no conforto do lar é recompensador. O delivery, o take away e o drive-thru são algumas das formas seguras e práticas de degustar os melhores pratos do inverno sem sair de casa. Restaurantes do Catuaí Shopping aderiram às diversas formas de entrega para atender consumidores com mais facilidade.

Confira algumas opções de dar água na boca:

Risoto de Parmesão com Tiras de Mignon e Cebola Crispy

O risoto autêntico, preparado com arroz arbóreo, caldo de legumes, parmesão e manteiga, acrescido de tiras de mignon e arrematado com cebola crispy por cima é o carro chefe da Cozinha de Lourenço há pelo menos 5 anos. O prato faz parte do cardápio durante o ano todo, mas no inverno ganha ainda mais a atenção dos consumidores. O restaurante que fica no Catuaí Shopping Londrina, está realizando entregas pelo Ifood e pela modalidade takeaway. A partir de R$ 40,00.

Fondue

De origem suíça, o fondue faz o maior sucesso no inverno brasileiro tanto na versão salgada quanto na versão doce. Para quem quer receber essa delícia em casa, o Outback também oferece três opções de entrega: por delivery no Ifood, por takeaway e no drive-do Catuaí Shopping que fica no estacionamento, acesso Renner.

A opção salgada, com mix de queijos emmenthal, gruyere e cheddar vem acompanhada de pão australiano em formato de bowl, mignon em tiras, cubos de frango grelhado envoltos em molho barbecue, bites de ribs empanados, camarões empanados, fritas e croutons. Custa R$ 89,90.

O fondue doce, feito de chocolate meio amargo e chocolate branco misturados dentro do pão australiano, tem acompanhamento de calda de doce de leite Havanna, pedaços de brownie Thunder e Havanna, morango, banana e marshmallow tostado. Custa R$ 69,90. Quem pedir os dois, ganha um desconto. O combo do fondue doce com o salgado sai por R$ 149,00.

Batata recheada

As batatas recheadas também são uma boa pedida do inverno já que são capazes de manter a temperatura por um bom tempo. Chegam em casa bem quentinhas. No restaurante Pastel Mel do Catuaí Shopping, três deliciosas opções estão no cardápio: estrogonofe de frango R$ 29,00, estrogonofe de mignon R$32,00 e trio elétrico - que vem com três queijos e bacon - R$ 32,00. A batata recheada, apesar de ser vendida como porção individual, é bem generosa. Os pedidos podem ser feitos por delivery no aplicativo do próprio restaurante e pelo Ifood. O Pastel Mel também realiza os serviços de takeaway e drive-thru.

Shopping Catuaí Londrina

Rod. Celso Garcia Cid, 5600 - Gleba Fazenda Palhano

Londrina (PR). (43) 3315-5000

Horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h. O drive-thru funciona de segunda a domingo, das 11h às 21h, no estacionamento, acesso Renner. Confira a lista de lojas participantes em: https://www.catuailondrina.com.br/eventos/drive-thru

 

 

 

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Alinhadores transparentes viram tendência entre adultos que precisam de segundo tratamento ortodôntico

 

 

 

Alinhadores transparentes viram tendência entre adultos que precisam de segundo tratamento ortodôntico

Pacientes com mais de 30 anos buscam alternativas aos brackets; alinhadores possuem valores competitivos e são mais discretos

Quase metade dos pacientes brasileiros em tratamentos ortodônticos tem mais de 30 anos. É o que aponta um estudo publicado na Revista Gaúcha de Odontologia. Os valores mais competitivos, a crescente busca por serviços de estética em odontologia e a agilidade no tratamento têm tornado os alinhadores transparentes cada vez mais populares entre os adultos como opção para tratamentos ortodônticos.

Muitos pacientes estão sendo tratados pela primeira vez, enquanto outros já passaram por um primeiro tratamento ortodôntico na adolescência e precisam de uma nova abordagem. “Pacientes que já fizeram tratamento com aparelhos há anos e perceberam movimento dos dentes não querem voltar para o aparelho ortodôntico tradicional. Da mesma forma, idosos que precisam criar espaço para tratamento com implantes também estão preferindo o uso de alinhadores transparentes”, comenta Dr. Roberto Shimizu, especialista, mestre e doutor em Ortodontia, professor da universidade ILAPEO, e Consultor Científico da ClearCorrect Brasil.

Os números desse mercado confirmam o crescimento da procura. A ClearCorrect, por exemplo, perto de completar um ano e meio de atuação no Brasil, acumulou resultados expressivos no ano de 2019. Fundada em 2006 no Texas, a marca está presente em mais de 20 países. Em 2018, o Grupo Straumann trouxe a marca para a produção no Brasil, o primeiro mercado fora dos Estados Unidos. “Já são milhares de alinhadores produzidos na fábrica de Curitiba. E eles são enviados para os dentistas, após a aprovação do caso, em até 7 dias úteis. É o prazo mais competitivo em relação às outras empresas do mercado”, explica o CEO da Neodent e EVP do Grupo Straumann LATAM, Matthias Schupp.

Diversos dentistas já oferecem os alinhadores transparentes em seus consultórios, como uma opção mais versátil e discreta de tratamento. Ajudando esse movimento estão os pacientes de todo o Brasil, que começam a demandar a opção ao se sentarem na cadeira do dentista. “A proposta de tratamento com alinhadores transparentes é bem atraente para os dois protagonistas de um novo sorriso. Para o paciente, a possibilidade de fazer um tratamento que utiliza tecnologia digital e oferece mais conforto que o tratamento tradicional; e para o dentista, uma possibilidade de se diferenciar oferecendo um tratamento de última geração com previsibilidade”, comenta Pablo Prado, Vice-presidente da Unidade de Negócios de Ortodônticos do Grupo Straumann LATAM.

O mecanismo da ClearCorrect visa a correção da má oclusão e melhora estética com a elaboração de um planejamento ortodôntico virtual. Dessa maneira, o tratamento com alinhadores é realizado em etapas, mediante acompanhamento de profissional habilitado.

 

 

 

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A pedra no sapato do Ensino Superior brasileiro

 

 

 

A pedra no sapato do Ensino Superior brasileiro

Paulo Arns da Cunha*

Quando se fala em aumento dos investimentos no Ensino Superior como solução para a educação brasileira, me lembro da história do senhor que tomava analgésico constantemente para amenizar uma intensa dor no pé. Ora, o total investido no Ensino Superior no Brasil é quase quatro vezes maior que o dedicado ao Ensino Fundamental. Em percentual do PIB, esse valor já é relativamente alto, sendo superior ao mínimo constitucional e comparável ao de países com elevado nível educacional. No entanto, permanece o desafio de melhoria da qualidade da educação e um índice baixíssimo de brasileiros com Ensino Superior.

Não estou dizendo que sou a favor de cortes de investimentos nas universidades. Estou apenas sugerindo que, se o senhor da dor no pé tirasse a pedra de dentro do seu sapato, talvez não precisasse mais tomar analgésicos... a questão é atacar o problema pela raiz, encontrar os gargalos da educação brasileira, como a evasão universitária.

Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no documento "Education at a Glance 2019" dão conta de que apenas 33% dos estudantes brasileiros que ingressam numa Instituição de Ensino Superior se formam dentro da duração esperada do curso. Mas o que acontece com quase 70% dos alunos que foram selecionados em concursos, muitas vezes disputadíssimos, ocuparam a cadeira de outro estudante e desistiram no meio do caminho?

Os números são alarmantes. Mais da metade dos que ingressam nas universidades trocam de turma, curso ou instituição, ou simplesmente abandonam os estudos. Essas atitudes dão luz à problemas como a demora na qualificação profissional da população em condições de trabalhar; o desperdício de grande massa de força de trabalho, que fica desempregada ou subempregada, quando podia estar ajudando a produzir; o aumento dos gastos do governo com programas sociais e ajuda financeira aos desempregados; o baixo crescimento do Produto Interno Bruto; e o atraso na redução da pobreza.

Para as Instituições de Ensino Superior (IES), as consequências dessa alta evasão são desastrosas, pois os custos, tanto públicos quanto privados, se tornam muito elevados. A alta evasão faz com que o custo por aluno efetivamente formado seja bem maior que o custo por aluno matriculado. Assim, nas universidades públicas o gasto público acaba sendo bem maior – e as instituições privadas são forçadas a cobrar mensalidades mais altas para pagar a ociosidade de vagas, ociosidade de investimentos, perda de capacidade lucrativa e necessidade de reorganizar suas estruturas e cursos a serem ofertados.

Uma série de fatores leva esses estudantes a desistirem no meio do caminho. Uma parcela significativa dos universitários apresenta dificuldades nas matérias que exigem um maior aprofundamento, raciocínio ágil, capacidade crítica ou interpretativa, muitas vezes por conta da falta de preparo no Ensino Básico. Além disso, para a maior parte da população jovem adulta, os estudos precisam ser conciliados com o trabalho. No entanto, os modelos tradicionais de ensino exigem uma grande dedicação em horas de estudo, o que faz com que muitos alunos desistam dos estudos. Para esse problema, o aumento da qualidade dos cursos em EAD pode trazer excelentes resultados.

A taxa de evasão mais elevada no setor privado aponta para os custos com mensalidade, especialmente em épocas de crise. Mas a alta desistência no ensino público, que é gratuito e com um processo de entrada altamente seletivo, se deve a outros fatores, entre eles a falta de conhecimento dos alunos a respeito dos cursos. Uma pesquisa realizada com mais de 10 mil estudantes do Ensino Médio em agosto de 2019 pela Universidade Positivo revelou que 33% deles ainda estavam indecisos quanto à escolha do curso superior.

Ou seja, para facilitar o acesso do brasileiro ao Ensino Superior, não basta aumentar ou manter os investimentos. É preciso pensar em maneiras de deixar o aluno escolher a profissão um pouco mais tarde; aprimorar o processo de seleção nas universidades, levando em conta também habilidades sócio-emocionais; expandir o crédito universitário; melhorar a qualidade dos cursos de Educação a Distância; e, por fim, mas não menos importante, melhorar a qualidade da Educação Básica.

*Paulo Arns da Cunha é diretor-executivo do Colégio Positivo

 

 

 

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