Há burocracia que vem para o bem

 

 

 

Há burocracia que vem para o bem

Um regulamento fixo e quase inflexível, determinada rotina e hierarquia com linhas de autoridade e responsabilidade bem demarcadas são características marcantes de uma sociedade burocrática.

Estudos realizados pelo Banco Mundial em 2019, apontou que o Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo, sobretudo nas questões relacionadas à abertura de novos negócios. Estamos em pé de igualdade com países como Paraguai, Argentina, Irã e Senegal.

Para alguns especialistas, a burocracia atrasa o crescimento econômico, dificulta a redução de pobreza e reduz o avanço científico. Por outro lado – e sempre há um outro lado – em alguns setores da sociedade a burocracia se faz condição necessária. Um exemplo prático deste aspecto está relacionado aos instrumentos de proteção ambiental.

O licenciamento ambiental, por exemplo, é um importantíssimo instrumento de exigência legal e que tem por finalidade o indispensável controle sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais.

Qualquer empreendimento ou atividade que se utiliza de recursos naturais ou que possa causar algum tipo de degradação ao meio ambiente está sujeito à esta lei. Portanto, para que esse serviço ou empreendimento possa se instalar e operar suas atividades, deve haver a autorização dos órgãos ambientais competentes por meio desse documento (licenciamento ambiental).

Não é tarefa simples a emissão de uma licença ambiental. É um processo demorado pois, há diversas etapas a serem cumpridas pelo empreendedor antes de poder funcionar. O documento deve trazer um diagnóstico ambiental preciso e completo que analisa impactos e suas medidas compensatórias no caso do descumprimento de um dos aspectos.

Talvez por isso muito empreendedores e líderes políticos denominem licenciamento ambiental como ato burocrático. De fato, o é. Porém, tem sua razão de ser: proteção dos nossos recursos naturais.

Este instrumento, traz uma segurança (legal) para a biodiversidade brasileira que é uma das mais importantes e complexas do mundo. Vale salientar que a fala do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles quando diz que se deve “ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas” é muito perigosa para o meio ambiente brasileiro pois, se por um lado simplificar normas pode ser positivo para o empreendedorismo, por outro, pode ser muito danoso ao meio ambiente.

As “mudanças” e “simplificações” das normas de proteção ambiental – não somente o licenciamento - devem ser transparentes e discutidas amplamente com a sociedade civil por meio de audiências públicas com o objetivo de garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrado à todos os cidadão brasileiros, cujo direito está garantido no artigo 225 da Constituição Federal.

Rodrigo Silva é biólogo, doutor em Ciências e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

 

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Como o isolamento social pode contribuir para a espiritualidade

 

 

 

Como o isolamento social pode contribuir para a espiritualidade

Impacto da pandemia na rotina promove reflexão sobre a vida interior e o mundo à sua volta

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) impacta direta e indiretamente milhares de pessoas ao redor do mundo. O período de isolamento social vem cercado de inúmeros impactos nas relações no cotidiano e na sociedade. Como esse período pode ser propício para refletir sobre a espiritualidade?

Esse período de isolamento social pode emergir enquanto tempo fecundo para o cultivo da inteligência espiritual. Um olhar para dentro pode trazer questões pertinentes para a vida das pessoas: como estou vivendo? Como estou agindo em diversas situações? “Uma vez que há em cada um nós um impulso ao mistério e uma fome de transcendência e tudo aquilo que vivemos e que somos resultam de uma experiência interior, é possível tornar essa experiência consciente e desenvolvê-la”, revela o especialista de Pastoral da Rede Marista de Educação Básica, Matheus Henrique Alves

É tempo de desacelerar e resinificar

O contexto social atual pelo cotidiano desenfreado das cidades, a quantidade e a dispersão de informações, bem como o incentivo ao consumo exacerbado, entre outros fatores, têm contribuído para uma postura superficial diante da vida. Isto é, por poucas vezes parar para refletir e buscar sentidos e significados nas ações, nas relações estabelecidas e nos impactos do que é produzido.

Ao longo da história, grandes crises sociais apontam para um movimento de ruptura que pode apresentar em meio às incertezas um apelo para reconfigurar a vida e relações priorizando o que de fato há de essencial nelas. “O cultivo de nossa espiritualidade nos ajuda a nos reconhecermos a partir de dentro e nos relacionarmos com as pessoas tendo enquanto referência o que é autêntico e profundo, a fim de encontrar um equilíbrio pessoal que repercuti no meio social”, reforça Alves.

O especialista dá dicas de como priorizar momentos de reflexão nesse período:

1) Busque o silêncio interior

Vivemos em uma sociedade cercada de inúmeros ruídos, e de telas com informações ao encalce da nossa mão, pequenos momentos de silêncio diário ajudam a se conectar, interiorizar. “Para aprender a olhar para fora e compreender com maior sensibilidade a existência do outro, se faz necessário que antes ousemos olhar para dentro, precisamos encarar nossos silêncios internos e buscar refletir o sentido mais profundo de nossa existência. Repense com calma as prioridades diárias, as escolhas que precisara fazer e os impactos que elas terão para além de você e caso seja necessário ajuste a rota”, revela.

2) Conectar-se com a natureza

Mesmo durante o isolamento social há sempre uma janela, ou terraço, árvores nos pátios, ou mesmo uma planta em casa, que pode nos ofertar um espaço de conexão. O ato de cultivar e contemplar a beleza da criação nos ajuda a conhecer, vivenciar e experimentar a natureza como espaço de vida que nos humaniza e nos educa para simplicidade e para a quietude.

3) Cultive a cultura do cuidado e da solidariedade

O cenário histórico mais uma vez nos provoca a necessidade de assumirmos uma nova mentalidade e uma nova postura diante da vida, é um apelo radical e urgente que deve nos comprometer em todos os sentidos. Trata-se de estabelecermos uma cultura do cuidado em contraposição a um mundo marcado pela naturalização do sofrimento e da indiferença. Por vezes somos tentados a vivenciar uma espiritualidade alienada e individualista que tende a nos afastar da realidade agindo como uma rota de fuga diante do sofrimento e das incertezas que nos afligem. “Precisamos resistir a essa lógica que tende a reforçar nosso individualismo e nossa superficialidade diante da vida. É tempo de despertarmos para a consciência do cuidado que passa por três dimensões essenciais: Enxergar a realidade que nos cerca para além de nossa zona de conforto, questionar as desigualdades e por fim mobilizar ações e recursos visando atenuar essas necessidades, reforça Alves.

 

 

 

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É o combate às fake news, estúpido!

 

 

 

É o combate às fake news, estúpido!

Não é perseguição ou censura à liberdade de expressão, mas sim a contundente luta contra a indústria das fake news. As ações do Supremo Tribunal Federal (STF), as denúncias de entidades da sociedade civil, e até as medidas tomadas por pequenos grupos digitais são respostas necessárias contra um mal que vem contaminando a saúde da boa informação. A tecnologia e os meios de comunicação são as lentes que usamos para contemplar a realidade do mundo. A quantidade imensa de acontecimentos diários relevantes para nossa vida e a importância de ter uma boa filtragem e seleção dos fatos, a distância entre onde eles ocorrem e onde vivemos são fatores que reforçam nossa dependência dos meios. Quando interesses escusos e quadrilhas começam criminosamente a alterar o grau ou opacidade desta lente e vidas entram em risco, é importante entender a gravidade de uma curtida e de um compartilhamento na rede.

A distorção de valores se acentua no desabafo presidencial de que a imprensa que o defende é perseguida. Se defende, não é imprensa. Este não é o papel do jornalismo, defender interesses de indivíduos, mas sim o de lutar pela verdade e atender ao interesse público. Esta mesma ideia patrimonialista da imprensa e dos meios é que respalda a ideia de que o que me conforta ou o que me reafirma é que é a verdade. O resto, é plano de “esquerdalha” para dominar o mundo. Neste enredo ficcional, o que não é ilusão é o resultado de reenviar para seus pares um vídeo mentiroso ou uma “notícia” que distorce a realidade.

Não há inocência no compartilhamento de um vídeo que causa o linchamento e a morte de uma mãe de família, no boato que faz com que idosos caiam na lábia de quadrilhas e percam a pouca aposentadoria que recebem, nas fake news que fazem com que as pessoas se automediquem e se exponham à morte, na mentira que desonra a imagem de indivíduo e causa o suicídio. Os exemplos reais da brutalidade são muitos, e estão ao acesso de qualquer pesquisa na internet. Não é só uma brincadeira quando coloca a ciência e o campo da saúde em descrédito, promovendo um cenário de desinformação que ceifa a vida de milhares de pessoas. Também não é válido ou moralmente defensável só porque concordamos ou por ser vantajoso em uma discussão na internet. O “reenvio” irresponsável é um gatilho que destrói os sonhos e a vida de famílias.

É contra este tipo de abominação e contra quadrilhas das fake news, que curiosamente mantêm relações escandalosas e execráveis com grupos que estão em diversos governos, que são urgentes medidas reais de coação e combate. Questionável ou não, do ponto de vista jurídico a competência do STF para deflagrar investigação sobre o tema, fato é que ação escancara os agentes públicos, os atores e influenciadores digitais e os financiadores que estão coadunados com a desinformação e com os interessados em tirar proveito do caos promovido com as fake news. Na prática, o que se reforça é que o direito de se manifestar não corre longe à obrigação de se responsabilizar pelo discurso que opera. Além disso, se para uns a medida atende interesses corporativos para responsabilizar quem macula a imagem de uma das mais importantes instituições democráticas do país, para outros, o mérito também reside em dar cara, nome e endereço eletrônico de quem cria a desinformação e mantém e alimenta a rede de robôs que propaga fake news.

Da mesma forma, mas com ferramentas distintas, vemos surgir ações na sociedade civil como a Sleeping Giants, que vem desvendando uma das faces mais absurdas das estratégias de alimentação do mercado das fake news, que é sua forma de sustento. Sites que surgem com a única função de promover a desinformação são financiados por grandes empresas, algumas delas, pasmem, de administração pública, como o caso do Banco do Brasil. A simples ação de ir às redes sociais e publicar nas páginas destas empresas que elas estão financiando fake news tem gerado um impacto imenso na rede, e atacando na fonte das quadrilhas. Absurdo, em meio a isso, é perceber, no caso do Banco do Brasil, um esforço do governo, a partir da secretaria de comunicação, e de familiares da presidência, em remar contra a maré e continuar “aplicando” recurso público nestes sites de propagação de mentiras.

A única coincidência entre a deflagração dos inquéritos do STF e das denúncias da Sleeping Giants é a simultaneidade. De resto, são medidas que, quer seja no seio do poder público judiciário quer seja na sociedade civil, demonstram que a guerra contra as fake news e as quadrilhas que atuam em meio ao caos da desinformação não pode ficar apenas no discurso, e deve ganhar ares de concretude. O resultado imediato e palpável, neste momento, é o de fazer recuar os que acham que podem escrever e compartilhar o que bem entendem na rede sem que a Polícia Federal bata na porta das suas casas às tanta de uma manhã qualquer; ou ainda que as empresas que se preocupam com a imagem institucional retirem o respaldo financeiro dos sites de desinformação.

Num amanhã possível, o resultado que se espera é que a repercussão promova uma legislação mais efetiva para criminalizar tais atos, e que a sociedade deixe de enfrentar com normalidade o compartilhamento de “notícias falsas”. Em alusão ao mote da campanha presidencial dos EUA na década de 1990, que escancarava o eixo importante daquela disputa de urna, "It's the economy, stupid", a tônica da atualidade em meio à pandemia de de desinformação é “É o combate às fake news, estúpido!”.

Autor: Alexsandro Ribeiro é professor nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

 

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O segredo de quem faz mover o mercado imobiliário

 

 

 

O segredo de quem faz mover o mercado imobiliário

A Associação Rede Imóveis destaca-se em meio à pandemia devido ao modo de se reinventar - colaboradores, diretores e gestores, todos comprometidos com a mudança

Em meio à pandemia e cenário desconfortável, o mercado imobiliário está se reinventando para superar mais essa fase. Na Rede Imóveis, associação que reúne 12 das mais tradicionais imobiliárias de Curitiba, a situação pediu ainda mais colaboração entre as empresas, mudanças, e inovação dos funcionários.

E isso tudo aconteceu e reverteu em bons resultados, mesmo em meio à crise da Covid-19. “Sempre fomos um grupo muito unido, e quando nos vimos em momentos difíceis, o nosso movimento foi ‘arregaçar as mangas’, e partir para a luta, buscando e criando novas formas de trabalhar”, explica Rodrigo Vianna, presidente da Rede Imóveis.

Fabiano Campos, gerente de Angariação, Locação e Divulgação da Imobiliária Razão, que foi a empresa campeã na área de Locação, diz que o modo de atuar dele e da equipe mudaram em relação à postura, porque não se entregaram à crise. “Além disso, alteramos processos internos, otimizamos outros, trabalhamos com visitas virtuais, contratos digitais, enfim, tudo que pudermos fazer para facilitar a vida do cliente e a nossa, sem colocar ninguém em risco, foi feito”, analisa.

Eduardo Lima, gestor de Vendas da Baggio Imóveis, campeã na área de Vendas, explica que sempre trabalhou a motivação da equipe, sempre com muito treinamento, atividades três vezes por semana. “Vimos essa pandemia como uma oportunidade de trabalhar diferente e utilizar nosso otimismo nos adaptando à tecnologia. Sempre fomos muito competitivos e agora estamos com muita vontade de trabalhar”, pontua.

Elizangela Rengel, corretora na área de Locação da Habitec Imóveis, há dois meses apenas na empresa, já foi destaque. “Quando começou a quarentena e fomos atender em home Office. “Foram as parcerias da Rede e o foco no trabalho que me trouxeram bons resultados”, comemora.

Por outro lado, a angariadora Andressa Logeski, da Galvão Locações, há 16 anos atuando na empresa nessa área, também teve seu esforço recompensado. Ela conta que quando viu a dificuldade de estar trabalhando em casa, ajeitou a agenda para sair poucos dias da semana e seguindo todas as orientações da Saúde Pública. Conseguiu bons resultados. Teve o apoio da família e “usando toda minha experiência e conhecimento do meu trabalho, continuou com suas atividades”, avalia.

Outro profissional que atua na função de angariação foi o Helber Martins, da Imobiliária Cilar. Ele lembra que já tinha o hábito de trabalhar com os clientes por meio virtual, e em meio à pandemia e o isolamento, isso facilitou muito. “Estou evitando ao máximo o contato com o cliente, até notei que eles estão gostando da facilidade do mundo virtual, apesar de ter o cliente tradicional, que gosta da presença física”, conta.

A corretora Sheila Andrade, da Galvão Vendas, detalha que, tendo que trabalhar home office, não mudou em quase nada sua rotina. Acorda no mesmo horário, toma café, arruma-se e “oito horas em ponto está na ‘empresa’”. Para ela, o foco e a disciplina ajudaram muito para ter destaque entre os colegas. “Também tive muito apoio do gerente, que organizou para que apenas um da equipe fizesse visitas dentro das normas de segurança adotadas. Fora isso, uso muito a Rede Imóveis, que é a minha base”, diz.

Ainda como destaque do último mês para a Rede imóveis está Lindamir Bicalho, corretora de Vendas da Habitec Imóveis. “Para conseguir resultados, primeiro eu acreditei que toda situação tem um lado positivo. Não adianta focar no lado ruim. Como sou grupo de risco e respeitei a quarentena, fiz parcerias com meus colegas e, dessa forma, acabei ganhando também”, finaliza.

 

 

 

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Universidade oferece orientação gratuita sobre declaração do Imposto de Renda on-line

 

 

 

Universidade oferece orientação gratuita sobre declaração do Imposto de Renda on-line

Com o objetivo de auxiliar àqueles que têm dúvidas sobre a declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), o curso de Ciências Contábeis da Universidade Positivo oferece serviço de orientação on-line gratuito. As oficinas acontecem nos dias 2 e 9 de junho, às 14h. Nesta terça-feira (2), a oficina aborda conceitos e aplicações gerais da Declaração de Imposto de Renda. Já na próxima terça-feira (9), a orientação é específica para quem opera no mercado financeiro.

Os interessados podem se inscrever por meio dos links encurtador.com.br/tCLNZ e bit.ly/OficinaIRAcoes. De acordo com o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Universidade Positivo, Luis Fernando Conduta, mesmo com o prazo estendido, as pessoas tendem a deixar a declaração para a última hora. “Pensamos em uma forma de oferecer esse serviço que já prestamos há mais de cinco anos, mesmo nesse período conturbado. É justamente agora que as pessoas precisam desse auxílio, quando têm de pensar em tantos problemas”, justifica.

Cenário

A Receita Federal recebeu metade das declarações (49,2%) no Paraná - até o último número divulgado, na quinta-feira (28) - o que representa 1.018.388 paranaenses, de um total de 2.070.000 documentos esperados no estado. No Brasil, foram 16.017.000 declarações, enquanto que o esperado é que 32 milhões de contribuintes façam o IR em 2020. O prazo para declaração vence no dia 30 de junho.

 

 

 

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