Mitos e verdades sobre burnout, síndrome que passou a ser considerada doença trabalhista  

Mitos e verdades sobre burnout, síndrome que passou a ser considerada doença trabalhista

“Karoshi” é uma palavra japonesa que significa, literalmente, “morrer de tanto trabalhar”. Em um país que valoriza a disciplina irrestrita e a dedicação total ao trabalho, o termo tornou-se muito comum nos últimos anos, preocupando autoridades e profissionais de saúde. Para os padrões brasileiros, karoshi pode parecer um conceito extremo, mas, segundo a Internacional Stress Management Association (ISMA-BR), o país apareceu em segundo lugar em número de trabalhadores que desenvolvem síndrome de burnout - caracterizada pelo excesso de estresse provocado pelo trabalho.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome na lista de doenças ocupacionais do órgão. Isso significa que, se diagnosticados com o problema, os profissionais brasileiros podem ter acesso a uma série de benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP), Janete Knapik, a doença “é um estresse laboral crônico integrado por atitudes e sentimentos negativos que trazem sofrimento psíquico, reduz muito a qualidade de vida e dificulta a mobilização de recursos internos em busca de um reequilíbrio físico e emocional”. Ela esclarece as principais dúvidas sobre o burnout.

A síndrome de burnout sempre se manifesta de uma vez só, em um surto emocional

Por ser uma síndrome, o burnout envolve um conjunto de sintomas que, combinados, são considerados uma doença. “Ele é o resultado de um processo de adoecimento que passa por quatro estágios. Primeiro, vem uma fase positiva do estresse que nos traz motivação; a segunda é o distresse, uma fase já negativa, em que não conseguimos dar conta de todas as pressões e demandas de trabalho; a terceira é a quase exaustão, período crítico, com muito sintomas físicos e emocionais; por fim, vem a exaustão, que é o burnout”, detalha.

É possível prevenir a síndrome de burnout

Um bom ambiente de trabalho, tempo de sono de qualidade, alimentação equilibrada e acompanhamento emocional são todos fatores que influenciam o desenvolvimento ou não da síndrome. Ela é uma doença totalmente passível de ser prevenida, mas a abordagem precisa ser multidisciplinar. Outro ponto importante é a necessidade de uma rede de apoio formada por amigos e familiares, além de um acompanhamento profissional com terapia.

O burnout é uma doença moderna, que só atinge as novas gerações

Assim como acontece com muitas doenças da sociedade contemporânea, principalmente no tocante à saúde mental, a síndrome de burnout não é uma exclusividade dos dias atuais. “Esse é um mito, porque o burnout é um estágio avançado de uma rotina prolongada de exposição a fatores estressantes no trabalho. Isso leva a um nível crítico de estresse, caracterizado por esgotamento emocional. Tudo isso sempre aconteceu”, afirma Janete.

Provavelmente houve, no passado, muitos trabalhadores que padeceram desses mesmos sintomas, sem, no entanto, receberem um diagnóstico oficial. O que diferencia os profissionais de hoje daqueles que tiveram burnout no passado é, justamente, o avanço da Psicologia e o olhar mais cuidadoso que se desenvolveu sobre esse tipo de problema.

Burnout e depressão são a mesma coisa

É fato que muitos profissionais com síndrome de burnout experimentam, entre os sintomas da doença, a depressão. Entretanto, o burnout e a depressão não são iguais - e pode até mesmo haver pessoas com burnout que não têm nada parecido com depressão. Como mencionado, é preciso mais de um sintoma para caracterizar a síndrome.

A síndrome só pode ser tratada com medicação

Entre as formas de ajudar quem sofre de burnout está o uso de medicamentos. Alguns casos, de fato, não podem ser tratados sem intervenção médica e uso de fármacos. Mas é preciso mais que apenas isso para dar conta do problema. Como é uma doença de causa multifatorial, também o tratamento precisa observar esses múltiplos fatores.

Para resolver é só trabalhar menos

É claro que quem está doente de tanto trabalhar precisa reduzir o número de horas dedicadas ao trabalho, mas essa carga horária é somente um dos pontos que precisam ser revistos. “O quadro é caracterizado por labilidade emocional, baixa autoestima, depressão, desconfiança e paranoia. É um quadro que exige acompanhamento psicológico e médico com adoção de tratamento medicamentoso”, destaca a professora.

Alguns dos outros pontos são o ambiente de trabalho, que deve ser saudável; a cultura da empresa, que deve incluir um cuidado emocional com os colaboradores; psicoterapia; mudanças na alimentação e no padrão de sono; atividade física; e busca por tempo ocioso de qualidade, seja para descansar, seja para atividades que dão prazer ao paciente.

Há pessoas que são imunes ao burnout

Ninguém é imune ao burnout, ainda que seja perfeitamente possível evitá-lo, tomando alguns cuidados.

Para se livrar do burnout, basta trocar de emprego ou carreira

Embora seja uma atitude muito comum de uns anos para cá, trocar de carreira ou de empresa pode não solucionar o problema do burnout - apenas mudá-lo de lugar. O importante é entender todos os fatores que desencadeiam a síndrome e agir em cada um deles - e não em um ou dois, isoladamente. A dica da psicóloga é atuar dos mais fáceis e menos traumáticos aos mais difíceis.

Por exemplo, corrigir as horas de sono pode parecer bobeira, mas faz uma grande diferença no resultado final. "Rever a alimentação, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e incluir alguns minutos de atividades físicas e de lazer ao seu dia pode evitar que tenha que mudar de emprego ou de carreira. Até porque nenhuma profissão ou empresa é 100% satisfatória", garante Janete. Ela acrescenta que cuidar das emoções e incluir na rotina atividades prazerosas são outras atitudes fundamentais. “Quando o ambiente de trabalho é realmente tóxico ou desrespeitoso, aí, sim, mudar de emprego pode ajudar”, finaliza.

Mitos e verdades sobre burnout, síndrome que passou a ser considerada doença trabalhista

 

Mitos e verdades sobre burnout, síndrome que passou a ser considerada doença trabalhista

 

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Metade dos pacientes com disfunções na tireoide não sabem que têm a doença

Metade dos pacientes com disfunções na tireoide não sabem que têm a doença

Endocrinologista do Pilar Hospital explica os principais sintomas da doença e a importância do tratamento adequado

Mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo sofrem de disfunções na tireoide, mas metade delas não sabem que têm o problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde as mulheres são as mais afetadas pela doença, mas a endocrinologista do Pilar Hospital, Andressa Bornschein, destaca que todos devem prestar atenção nos sintomas e procurar um médico.

Quando a tireoide não funciona corretamente ocorrem diversos distúrbios no organismo, pois a glândula é responsável pela produção de hormônios que agem no funcionamento de órgãos vitais, como coração e cérebro por exemplo, além de interferir na regulação da fertilidade, ciclos menstruais, memória, concentração, humor e peso. De acordo com a endocrinologista, existem três principais problemas apresentados pela tireoide: “O hipotireoidismo, quando ocorre a redução na produção dos hormônios e o hipertireoidismo, quando há o excesso desses hormônios no organismo e ainda os nódulos de tireoide, que podem ser únicos ou múltiplos, no entanto 95% são benignos”, explica.

Tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo são causados por doenças autoimunes, ou seja, o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula. A doença de Hashimoto é a causa mais comum do primeiro e o segundo é provocado pela doença de Graves. Segundo a médica, não há nenhuma dieta alimentar ou mudança de comportamento que possa prevenir as disfunções da tireoide, no entanto “deve-se cuidar com fórmulas de emagrecimento que contenham o hormônio T3, que podem alterar a função tireoidiana. Alguns medicamentos e alimentos que contenham grande quantidade de iodo também podem interferir no funcionamento da glândula”, destaca.

O importante, segundo a endocrinologista, é que os problemas na tireoide possuem tratamento quando o paciente segue corretamente as recomendações médicas. No hipotireoidismo é feita uma reposição de hormônio T4 (Levotiroxina), que deve ser utilizado diariamente em jejum. Já no caso de pessoas com hipertireoidismo, o tratamento é baseado em remédios que bloqueiam a produção exagerada de hormônios pela tireoide, ou ainda com cirurgia ou iodo radioativo. “Em situações de nódulos, se pequenos, eles podem ser somente acompanhados com ecografia anualmente sem necessidade de tratamento, e em outros casos com cirurgia ou dose de iodo radioativo”, comenta.

Atenção aos sintomas

Os problemas na tireoide atingem mais as mulheres, aparecendo em 10% delas, especialmente após a menopausa, quando a porcentagem aumenta para 12 a 15%. As disfunções são menos frequentes em homens, com uma prevalência de 3%, no entanto, a médica alerta para que ambos os sexos prestem atenção nos sintomas. “No hipotireoidismo pode ocorrer cansaço excessivo, falta de disposição, sonolência, dores musculares e articulares, redução da memória, alteração na regulação dos ciclos menstruais, queda de cabelo, unhas quebradiças, pele ressecada, alteração no peso, prisão de ventre e infertilidade”, diz.

Naqueles que apresentam hipertireoidismo, conforme a médica, pode haver perda de peso, palpitações, tremores de mãos, insônia, episódios de diarreia, olhos esbugalhados, irritabilidade, ansiedade, irregularidade menstrual, aumento da transpiração. “Já no caso de nódulos na tireoide, pode não haver sintomas ou se apresentar como um caroço na região do pescoço, com desconforto local. Por isso a importância da consulta com um médico especializado e a realização de exames de imagem e outros que possam auxiliar no diagnóstico precoce”, conclui.

Integrando o escopo de atendimento à detecção precoce, os pacientes dispõem do apoio da CEDIP (Clínica de Exames de Diagnósticos por Imagem), que conta com profissionais especializados na realização de exames e diagnóstico de diversos tipos de doenças.

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Diversidade é palavra-chave dentro das empresas

Diversidade é palavra-chave dentro das empresas

Vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Alexandre Slivnik, aponta o quanto companhias vêm buscando a inclusão no ambiente interno

A polêmica recente em torno de uma propaganda automotiva tomou conta das redes sociais, ocupou as primeiras colocações nos Trending Topics (assuntos mais comentados) do Twitter e tornou-se motivadora para diversos memes que circularam em grupos de WhatsApp. Tudo porque a peça publicitária mostrou um casal homossexual formado por dois homens e o automóvel como parte da vida deles.

No entanto, apesar das piadas que circularam sobretudo em grupos formados por homens, a montadora pode ter cometido um grande acerto. Para Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, empresas que buscam a diversidade têm mais resultados e o “barulho” provocado pela peça publicitária levou muita gente a conhecer o carro em questão. “Nesta empresa, além de fazer um grande barulho para as pessoas conhecerem o novo carro, ela teve o resultado”.

Há cinco anos Alexandre tem visitado empresas instaladas no Vale do Silício, localizado na parte sul da Baía de San Francisco (EUA) e a palavra que o especialista mais ouve dentro dessas companhias é “diversidade”. Foram mais de cinco visitas e, na maioria dessas ocasiões, a empresas de tecnologia, as quais normalmente contam com pessoas mais tradicionais em seus quadros de colaboradores.

“Pensamentos divergentes levam à inovação e a inovação leva ao resultado. E a partir do momento em que você tem, no mesmo ambiente, pessoas com pensamentos diferentes, com culturas diferentes, com realidades diferentes, você consegue promover um ambiente de inovação”.

O especialista gostou do que viu no comercial, justamente por vivenciar e estudar a diversidade dentro das empresas. Muitas palestras por ele ministradas acontecem dentro de companhias que lutam pela diversidade. “E esta é uma bandeira que eu vou levantar. Talvez no meu passado eu tivesse alguns traços de preconceito, mas eu evoluí. Tive uma formação religiosa e durante muitos anos entendi que a família era a tradicional, mas percebi ao longo dos anos que o mundo evolui, o ser humano evolui e a pluralidade e a diversidade fazem parte do ser humano, fazem parte da nossa sociedade. De sete, oito anos para cá, eu comecei a admirar a diversidade”.

Alexandre lembra este é um pensamento que tem cada vez mais ocupado o universo corporativo. “Se você ainda não entendeu que o nome do jogo da vida hoje é diversidade e inclusão, é melhor você se preocupar, porque pode ser que, em alguns anos, você seja excluído, assim como muitas pessoas foram nesses últimos anos. A diferença enriquece e o respeito une”.

Alexandre Slivnik é reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante e profissional com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston / EUA). www.alexandreslivnik.com.br

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Rafa Maya lança novo clipe nesta sexta  

Rafa Maya lança novo clipe nesta sexta

O single “Quem Nunca?” traz um toque de novidade para o sertanejo e conta com a parceria de Ávine Vinny

O cantor paranaense Rafa Maya lança nesta sexta-feira (13) o clipe da música “Quem Nunca?”, em parceria com Ávine Vinny. A música já vai estar em todos os apps de musicais a partir da noite de sexta-feira e o clipe pode ser visto no canal Rafa Maya, no Youtube, já ao meio dia.

A música traz o já conhecido estilo sertanejo do cantor com uma pegada de forró de origem adaptado que dá um toque especial e com som de novidade. A letra é sobre as brigas de casal que todos nós já conhecemos (afinal de contas, quem nunca, não é?), mas se quiser saber mais, o clipe estará te esperando na sexta!

Mas não é só isso que vem do artista este ano. Rafa gravou um novo álbum na Ópera de Arame, palco curitibano de artistas que incluem Tom Jobim, Roberto Carlos e Rita Lee. Grandes sucessos da música sertaneja foram regravados para o álbum, além de duas músicas autorais!

Rafa Maya é um artista conhecido no Paraná, mas já alcançou o Brasil inteiro. Com uma carreira musical há mais de 15 anos, que incluiu shows no Country Festival, gravações ao vivo com Thiaguinho, além de também ter dividido o palco com Michel Teló, Herique e Juliano, e duplas sertanejas, como Zé Neto e Cristiano.
Os projetos não param por aí. Um segundo álbum está planejado para ainda este ano, sem esquecer, é claro, do single “Quem Nunca?”.

Ávine, grande nome da música sertaneja cearense, conhecido pela música Coração Cachorro (Late Coração), traz sua voz para o feat especial com Rafa Maya em “Quem Nunca?”. O clipe mostra o clima com sabor de amizade entre os dois. Assim, só dá pra esperar coisa boa dessa novidade que está chegando perto.

Está quase na hora de assistir o clipe! Inscreva-se no canal, marque o artista no seu app de música favorito, salve a data para não perder nada e prepare-se para ouvir o mais novo sucesso de Rafa Maya ft. Ávine Vinny: “Quem nunca?”!

Acompanhe os trabalhos de Rafa Maya:

Site: www.rafamaya.com.br 

Instagram : @rafamaya_

Tik Tok : @rafamaya_

 

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Bariátrica em pacientes idosos reduz em 80% risco de problemas cardíacos

Bariátrica em pacientes idosos reduz em 80% risco de problemas cardíacos

Menos de 1% dos pacientes elegíveis realizam o procedimento; pesquisa aponta queda de 60% na mortalidade de obesos com mais de 60 anos que passaram pelo procedimento

Gerilda Silveira Maçaneiro, 63 anos, sempre foi uma mulher ativa, mas o excesso de peso trazia problemas como pressão alta, colesterol e cansaço constante. Nos joelhos, a artrose agravada pelos quilos a mais já a tinha levado duas vezes ao centro cirúrgico para corrigir o problema. Como o marido já tinha passado pela cirurgia bariátrica e eliminado 50 quilos, a família achou que essa também pudesse ser uma alternativa para que ela tivesse mais qualidade de vida.

“Nunca fui de ficar parada, mas o excesso de peso me cansava com muita facilidade. Eu tinha 59 anos quando passei pelo procedimento. Tenho 1,63m de altura e baixei de 93kg para 58kg, é bastante coisa. Hoje, consigo brincar com meus netos e minha saúde está muito melhor, o que eu não conseguiria sem a bariátrica”, conta Gerilda.

Uma pesquisa realizada pelo Medicare - seguro de saúde norteamericano - apontou redução de 60% na mortalidade de idosos submetidos à cirurgia bariátrica. Para chegar a esse número, os pesquisadores analisaram 189.770 pessoas com comorbidades limitantes, durante quatro anos. Os participantes foram divididos igualmente em dois grupos, um com aqueles que passaram pela cirurgia e outro, de controle, com pacientes obesos que não haviam sido submetidos ao procedimento. Houve mais índices animadores: o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca diminuiu 79% e o de infarto, foi 80% menor. Analisadas também as internações em hospitais de curta permanência, enfermagem especializada e cuidados de longa duração.

“Em ambos os grupos, tinham pessoas com hipertensão (80% em um grupo e 78% no outro), diabetes sem complicações (32% e 31%) e doença pulmonar obstrutiva (11% das pessoas em ambos os grupos), o que torna a comparação mais precisa", explica o cirurgião bariátrico e metabólico do Hospital Marcelino Champagnat, Caetano Marchesini.

Problemas no coração

Nos pacientes mais jovens (menos de 65 anos), que passaram pelo procedimento, a pesquisa apontou queda de 54% dos riscos de insuficiência cardíaca e 37% de infartos. “O excesso de peso costuma vir acompanhado de uma série de problemas cardiovasculares, principalmente a longo prazo. Por isso, a diminuição no índice de mortalidade em idosos é maior”, ressalta o cardiologista Gustavo Lenci. “Nosso corpo foi feito para trabalhar com um peso x e o coração programado para bombear o sangue para esse peso. Quando a pessoa está acima do peso ideal, o coração precisa fazer um esforço duas, três vezes maior e isso repercute no aumento do risco de falência do coração e de infartos”, complementa.

Idosos estão mais obesos
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2006 e 2019, o número de idosos obesos aumentou de 16,1% para 23%, e isso preocupa especialistas que afirmam que menos de 3% das pessoas elegíveis para cirurgia bariátrica fazem efetivamente o procedimento. Já dados do IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders) mostram que o número é ainda menor que 1%.

A indicação da cirurgia bariátrica para idosos segue os mesmos critérios já estabelecidos para os menores de 60 anos, ou seja, pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que 35 kg/m2 que tenham doenças associadas à obesidade como síndrome da apneia do sono (SAOS), hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito (DM), dislipidemia e doenças articulares degenerativas e para pacientes com IMC maior ou igual a 40 kg/m2 que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico (incluindo o uso de medicamentos).

“Entre os motivos para o baixo número de pessoas submetidas ao procedimento estão o medo, a pouca informação e preconceito, principalmente acreditando que o excesso de peso pode voltar. Outro fator é que pacientes acima de 60 anos acham que já passaram da idade de fazer a cirurgia, o que é um erro. A cirurgia bariátrica vai muito além do procedimento em si. Para que os resultados da cirurgia durem a vida toda é realizado um trabalho com profissionais de várias especialidades entre eles a nutricionista e a psicóloga. A pessoa precisa mudar os hábitos de vida para que a cirurgia seja realmente eficiente”, conclui Marchesini.

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