Crédito mais caro inibe recuperação econômica, segundo economista
O mercado de crédito encerrou 2021 com crescimento de 13,9%, segundo estimativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Já o crescimento esperado para o crédito em 2022, por outro lado, foi revisado para baixo, apresentando uma estimativa de 6,7% contra os 7,3%. Segundo a Febraban, número bem próximo ao período pré-pandêmico que era de 6,5% em dezembro de 2019 e bem mais em linha com a realidade das expectativas de crescimento do PIB e a política monetária vigente.
As estimativas da pesquisa Febraban ficaram abaixo dos números previstos para a carteira total de crédito em 2021 pelo Banco Central, com um crescimento de 12,6% para 14,6%.
Tanto os recursos livres (que correspondem a 90% das concessões de crédito) quanto os recursos direcionados, tiveram as previsões revisadas para cima. Embora o maior peso tenha ficado com a carteira livre (de +14,8% para 16,3%), que foi claramente puxada pela alta do segmento pessoa física livre (de +16,9% para +18,8%) e pessoa jurídica livre (de +12,7% para +13,9%); a perspectiva para a carteira com recursos direcionados também foi revisada para cima (de +8,1% para 10%).
Diante deste cenário, Ubiratan Lima, economista-chefe do Vadu, fintech de análise, automação e monitoramento para o mercado de crédito, chama atenção para a função social do crédito. “Desde o início do COVID-19, o crédito tem se prestado a ser a mola amortecedora da crise. No entanto, para 2022, devemos esperar um comportamento mais discreto desse crescimento de crédito, seja pela política monetária contracionista (com aumento de juros) visando o controle da inflação, seja por outras condições adversas que se apresentam neste começo de ano como, por exemplo, a variável Omicron”, explica.
De modo geral, o mercado julgou ser assertivo o ajuste de 1,5% da Selic na reunião de dezembro do COPOM, quando a taxa foi elevada de 7,75% a.a. para 9,25% a.a. e, A partir da primeira reunião do COPOM em 02 de fevereiro, em linha com o relatório FOCUS de 31/12/202, essa taxa já se prepara para outros ajustes para cima
Para Ubiratan, a Selic deverá ser elevada para pelo menos à 10,5% a.a. A partir da segunda quinzena de março, para pelo menos para 11,5% a.a., se mantendo nesse patamar até o fim de 2022 ou até novas variáveis que possam alterar a taxa.
A meta fixada da inflação para 2022 é de 3,5% com variação de 1,5% para cima ou para baixo. “Devemos lembrar que essa meta foi definida em junho de 2019, antes de todo o período de COVID e acredito ser difícil o cumprimento confortável da meta este ano. Me parece mais provável que apenas em 2023 fiquemos mais próximos do centro da meta, fixada em 3,25%”, confirma.
Ainda para o economista, o dólar deve se manter na casa de R$ 5,60 pelo próximo ano, contando com as intervenções do BACEN visando a manutenção dos níveis inflacionários e a relação morna do mercado internacional aguardando a corrida sucessória do maior mercado da América do Sul.
Sobre o Vadu
O Vadu é uma plataforma de soluções de análise, automação e monitoramento para o mercado de crédito. Fundada em 2016 pelos brasileiros Michel Varon e Alex Dundes, a empresa surgiu com o propósito de tornar mais eficiente os processos de gestão de crédito, desde a análise até o monitoramento do pós-crédito. Com o uso de BIG DATA integrada à Inteligência Artificial (IA), a plataforma atua em toda jornada do crédito e fornece, em tempo real, informações essenciais para a tomada de decisões rápidas, como a antecipação de possíveis inadimplementos de empresas, acompanhamento da evolução do risco e monitoramento focado nos pontos de atenção da carteira de clientes. Com sede em São Paulo, hoje o Vadu tem aproximadamente 300 clientes, entre eles C6 Bank, Hering, VR Benefícios, Brinox, entre outros.
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