Galerias e artistas do Brasil lançam o grupo p.art.ilha para enfrentar impactos da pandemia

 

 

 

Galerias e artistas do Brasil lançam o grupo p.art.ilha para enfrentar impactos da pandemia

Primeira ação online é realizada durante todo o mês de maio nas redes sociais e sites das galerias participantes, apresentando obras disponíveis com condições especiais

Artistas, galerias e agentes culturais de várias cidades do país se unem para criar novas estratégias de fortalecimento do mercado de arte como um todo, ou seja, focando principalmente nos programas mais inovadores, experimentais e fora da curva – que são os mais afetados pela crise do Covid-19. A iniciativa cria também uma forma de rede de apoio à comunidades mais fragilizadas pelo momento.

A ideia do grupo, denominado p.art.ilha é buscar sinergia com colecionadores privados e institucionais, além de sensibilizar novos públicos para a arte, através de ações coordenadas, como a p.art.ilha: ação#1, primeira iniciativa do grupo, que acontecerá nas redes sociais e sites de todas as galerias simultaneamente.

Esta ação online acontece a partir de 1º de maio, estendendo-se durante todo o mês, quando as galerias lançarão uma criteriosa seleção de obras à venda com condições muito especiais: a cada aquisição durante o mês de maio, o colecionador ganhará um crédito de igual valor para novas aquisições de outros artistas da mesma galeria.

O objetivo de curto prazo é manter ativos os profissionais que atuam na cadeia criativa do setor artístico (artistas, galeristas, produtores, editores, curadores, pesquisadores, fotógrafos, montadores e técnicos). A rede de pequenas empresas que se uniram acredita que somente a união e a criatividade poderão minimizar as consequências desastrosas deste momento difícil.

No médio prazo, o grupo pretende explorar novos caminhos para a sustentabilidade dos negócios do setor, privilegiando processos colaborativos.

“Somos um grupo aberto a todas as galerias que se identifiquem com o nosso objetivo. Queremos arejar o mercado e recepcionar negócios inovadores, startups e projetos artísticos que não têm vez no nosso mercado atual. E na atual conjuntura, queremos também somar esforços para mitigar o impacto social da crise, doando recursos para instituições, como Casa Chama (SP), Lá da Favelinha (BH), Lanchonete (RJ), Por Nossa Conta (SP) e Salvando Vidas (SP)”.

Veja nos sites e nas redes sociais de cada galeria, as obras e artistas que fazem parte dessa ação coletiva.

galerias participantes:

aura (sp)
@galeria_aura
aura.art.br

b_arco (sp)
@galeria.b_arco
barco.art.br

c.galeria (rj)
@c.galeria
www.cgaleria.com

casanova (sp)
@casanovaartecultura
casanovaarte.com

desapê (sp)
@des_ape
desape.com

eduardo fernandes (sp)
@galeriaeduardofernandes_
galeriaeduardofernandes.com

janaina torres (sp)
@janainatorresgaleria
janainatorres.com.br

karla osorio (df)
@galeriakarlaosorio
karlaosorio.com

mamute (rs)
@galeriamamute
galeriamamute.com.br

mapa (sp)
@galeriamapa
galeriamapa.art.br

lume (sp)
@galerialume
galerialume.com

oma (sp)
@omagaleria
omagaleria.com

periscópio (mg)
@periscopioarte
periscopio.art.br

sé (sp)
@segaleria
segaleria.com.br

soma (pr)
@somagaleria
somagaleria.com

ybakatu (pr)
@ybakatu
ybakatu.com


Instagram do grupo p.art.ilha:
@p.art.ilha

 

 

 

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Educar: papel dos pais ou da escola?

 

 

 

Educar: papel dos pais ou da escola?

Fabiula Galina*

O termo “educação” está amplamente relacionado à família, ao estado e à sociedade, cada um com diferentes funções e objetivos: educar para a vida, para as necessidades do mercado ou para a criação de uma consciência social, científica, cultural e histórica. Contudo, o papel da escola e o dos pais ou responsáveis parecem estar cada vez menos definidos.

É dentro dos colégios que as crianças têm um espaço de desenvolvimento e aprendizagem, conforme um currículo pré-estabelecido, mas moldável, em que o conhecimento produzido historicamente pela humanidade é passado de professor para aluno, em forma de ciência. As instituições de ensino devem priorizar, ainda, a socialização e a prática de atividades cognitivas para o desenvolvimento pessoal da criança.

Já a família sempre foi encarada como instituição base. É o ambiente inicial de socialização, transmissão de valores, significados e crenças. Um conjunto de vínculos importante na construção individual e social do ser humano. Os pais ou responsáveis devem prover mais do que o sustento material e a proteção do bem-estar. Eles são peças fundamentais na promoção do afeto, na formação do caráter e da personalidade da criança, compartilhando aspectos morais para a construção de um cidadão. Contudo, as mudanças percebidas, principalmente na última década, mostram casos de terceirização da responsabilidade - quando a família entrega todo o papel da educação para a escola.

Falta de tempo, excesso de permissividade ou simples ausência de interesse. Esses são alguns dos fatores que fazem com que pais e responsáveis sejam passivos no processo educacional. As escolas já perceberam a tendência e vêm trabalhando com os professores o olhar voltado às necessidades trazidas pelos alunos, que vão além da academia. A transferência de responsabilidade também se dá pela falta de habilidade para lidar com as emoções das crianças. Às vezes, os pais não sabem como cumpir essa importante tarefa e a entregam nas mãos do professor. Contudo, as escolas não podem assumir este papel, da mesma forma que não devem se ausentar dessa importante tarefa. A solução para esse dilema é que a escola trabalhe como parceira, para manter um equilíbrio e ajudar as famílias a encarar a responsabilidade na formação da criança.

Autor do livro “A criança terceirizada”, o pediatra José Martins Filho afirma que a ausência dos pais abre espaço para que algumas crianças sejam educadas pela mídia televisiva e pela internet, o que não é recomendado. Entre as consequências apontadas pelo autor, a curto e longo prazos estão crianças sem vínculo parental e com baixa autoestima. A criança terceirizada também costuma ter a agenda cheia, viver entre escola, creche ou cursos, sem tempo livre para brincar, o que anula a fantasia da infância. Outras consequências apontadas pelo pediatra são a falta de limites, problemas de comportamento e o desenvolvimento de crianças mimadas, que não sabem ouvir um “não” e querem que todas as suas vontades sejam satisfeitas imediatamente.

A definição do papel dos pais e da escola é o passo inicial para definir o que cada uma das esferas têm a trazer para a criança. Educação pedagógica e familiar são complementares e mescladas e devem ser abertas para sugestões, mas mantendo sua autonomia. É por meio do apoio, da responsabilidade e da experiência que se assegura uma formação com habilidades sociais, comportamentais e intelectuais bem desenvolvidas, para o crescimento de um cidadão.

* Fabiula Gonçalves Galina é gestora do Ensino Fundamental II do Colégio Positivo Júnior

 

 

 

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Professor de marketing digital ministra lives gratuitas sobre vendas pela internet em maio

 

 

 

Professor de marketing digital ministra lives gratuitas sobre vendas pela internet em maio

Helton Magalhães da Cruz, da Academia Digital, trará dicas para manter negócios no período de isolamento social

Todos os dias no mês de maio de 2020, o professor Helton Magalhães da Cruz, da Academia Digital, ministrará gratuitamente uma live, às 14h, no Clube dos Chapeleiros, grupo do Facebook, um dos maiores de Curitiba para empreendedores. Helton trará dicas relacionadas à vendas pela Internet, um assunto muito importante nesse período de isolamento social e de crises em negócios. Todos os dias terão dicas práticas para os empreendedores contornarem a crise e se adaptarem ao mercado digital. Conforme dados do E-Bit, desde 2008 as vendas na internet crescem em média 20% ao ano no Brasil.

Para participar para basta acessar https://www.facebook.com/groups/clubedoschapeleiros/

Se você não possui nenhuma mídia social, este é o momento de criar. A busca por canais digitais aumentou, consequentemente a produção de conteúdo também. Até mesmo quem não estava em algum canal específico está mais propício a criar um novo perfil, seja para se conectar com amigos, familiares, acompanhar famosos ou mesmo passar tempo, com um novo entretenimento digital. O Marketing Digital está em alta em todas as mídias. Este é o momento para novos usuários se relacionarem com as empresas.

Saiba mais sobre a Academia Digital - https://marketingdigitalavancado.com.br/

 

 

 

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Renda mínima universal no Brasil: utopia proporcional à efetividade das leis do país

 

 

 

Renda mínima universal no Brasil: utopia proporcional à efetividade das leis do país

Guilherme Marques Moura*

Apesar do “ibope” recente, a renda mínima universal já foi muito discutida - e até formalizada legalmente no Brasil. Sancionada pelo então presidente Lula em 2004, a Lei Nº 10.835 institui a renda básica de cidadania a todos os brasileiros residentes e aos estrangeiros que residem há pelo menos cinco anos no País, independente da sua situação socioeconômica. Apesar de prevista pela Lei, a aplicação da renda mínima no Brasil é inviável economicamente e seus efeitos sobre a sociedade são incertos e duvidosos.

Primeiramente, vale relembrar uma tradicional expressão econômica: “não existe almoço grátis”, isto é, alguém deve arcar com o ônus dessas transferências de renda. O texto da lei facilita essa questão, deve o poder executivo definir o valor do benefício em estrita observância à Lei de Responsabilidade Fiscal. Dado o contexto de crise fiscal e elevado endividamento do governo federal, uma coisa é certa: a concessão do benefício será acompanhada por um aumento da carga tributária, direta ou indiretamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro trabalha, em média, 42% do ano para pagar seus impostos - acredita-se que nenhum trabalhador quer que essa razão aumente.

Além disso, dada a regressividade do nosso sistema tributário, os mais ricos pagam relativamente menos impostos. Uma elevação dos tributos afetaria basicamente os assalariados, tornando incerto o efeito da renda mínima universal sobre a desigualdade social. Da mesma forma, como seria a adaptação desse benefício às especificidades do Brasil? Como gerenciar a concessão dos benefícios? Como minimizar a corrupção? O Bolsa Família, por exemplo, apesar dos diversos efeitos positivos, é conhecido pelas dificuldades de fiscalização quanto aos beneficiários e pelo enfrentamento do problema somente no curto prazo.

Como observado no próprio Bolsa Família, existem evidências significativas que programas de transferência de renda diminuem, em média, a oferta de trabalho dos seus favorecidos. A aplicação da renda mínima universal apresentou resultados nessa linha na Finlândia, programa implementado entre 2017 e 2018 pela Kela - agência governamental finlandesa que administra vários programas sociais. Apesar da melhoria no bem-estar causada pelo aumento da renda, não se verificou efeito estatisticamente significativo na oferta de trabalho e nos salários dos beneficiários do programa. Dessa forma, não foi possível determinar qual o efeito total sobre a sociedade e o efeito prático da renda básica universal.

Em linhas gerais, o efeito da renda mínima universal na sociedade é incerto, mas o custo é certo. Nesse complicado momento atual, o pagador de impostos brasileiros não pode se submeter a mais uma diminuição na sua renda. O governo deve respeitar tanto as suas diretrizes orçamentárias quanto os seus contribuintes, deve abandonar as políticas sociais de curto prazo e enfocar projetos que ataquem as raízes do problema. Além disso, dada a situação fiscal do país, a transferência contínua de uma renda básica para os seus cidadãos mais necessitados é tão utópica quanto a efetividade da legislação nacional.

*Guilherme Marques Moura, doutorando em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e mestre em Ciências Econômicas (UFMG), é professor da Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP)

 

 

 

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Minha mãe

 

 

 

Minha mãe

Daniel Medeiros*

Minha mãe eu conheço desde quando ela tinha 6 anos e ficou órfã de pai e minha vó era muito pobre para sustentar todos os filhos. Minha mãe deixou a escola aos 9 anos para que minha tia pudesse começar a estudar porque não havia dinheiro para comprar uniforme para as duas. Minha mãe começou a trabalhar aos 12 anos, ajudando em um salão de cabeleireiro. Minha mãe comprou o primeiro sapato com quinze anos.

Ouço essas histórias sobre minha mãe e sonho triste com o olhar triste dela, com o choro triste dela. No recreio, minha mãe colava o rosto no portão e olhava para a rua para não ver os outros alunos lanchando porque minha mãe não tinha o que comer. Minha mãe que certa vez ganhou uns trocados no jogo do bicho e comprou uma roda de salsicha. Minha mãe que perguntava para as pessoas nas ruas onde encontrar trabalho e um dia a mandaram para uma fábrica onde estavam contratando jovens para enxugar gelo e ela foi toda esperançosa de poder dar uma boa notícia em casa. Minha mãe que teve um quisto na gengiva e, como não tinha dinheiro para se tratar, o dentista arrancou todos os dentes da sua arcada superior. E minha mãe ficou anos sem sorrir com vergonha por não ter dentes.

Minha mãe que nunca conheceu o ócio e nunca conheceu a Ciência. Minha mãe que entrou pela primeira vez em uma universidade pública quando eu, filho dela, fui defender minha dissertação de mestrado e pude homenageá-la. Minha mãe deixou suas lágrimas no piso do salão nobre da Universidade, ela que sempre quis estudar mas parou porque não tinha dinheiro para comprar uniforme. Minha mãe que já teve todas as doenças e que não morreu porque precisava deixar seu testemunho sobre as injustiças gratuitas do mundo. Minha mãe que era paciente para me ensinar sobre coisas que ela mesma não sabia, mas, com o livro na mão, tomava-me os pontos dos conhecimentos que lhe foram negados na infância. Minha mãe que era dura com a minha preguiça porque a preguiça era um fantasma sedutor que a assombrava desde sempre, sem que ela pudesse afastar de perto dela. Minha mãe que trabalhou a vida toda e ainda hoje, aos 80 anos, sonha em viajar, em conhecer o mundo, sonho da menina que arrastava o chinelinho pelas ruas enlameadas da Paranaguá dos anos 40, magrinha com olhar guloso sobre tudo que era tão pouco, tão minguado.

Ninguém no mundo é, para mim, um exemplo maior do que a minha mãe. Nem Mandela, nem Gandhi, nem Teresa de Calcutá, nem Buda, nem Jesus crucificado. Porque o olhar de minha mãe eu conheço, toco seus dedos enrugados que ainda trabalham, beijo sua cabeça de cabelos finos e ralos, ouço sua risada engasgada por falta de prática. Minha mãe é uma sobrevivente do campo de concentração da injustiça social e da falta de escrúpulos do mundo que faz do mérito uma piada de mau gosto. Minha mãe é uma sobrevivente de uma política de extermínio de sonhos e desejos, de possibilidades erráticas e fugazes, de promessas de um futuro na fábrica de enxugar gelo.

Mas minha mãe sobreviveu e me ensinou para ser uma voz, acreditou na minha voz, ensaiou comigo a minha voz, abriu a janela para mim, mostrou o horizonte que ela mesma não enxergava, mas que sabia que ficava para aquele lado. Minha mãe é uma mulher comum. Muitas mães foram, são e serão como ela. Elas, essas mães, são a esperança de que o jardim dos homens não desertifique. Com suas mãos enrugadas e olhos baços, o corpo como território de dores impossíveis, minha mãe é o meu futuro. Quando eu crescer, peço muito para ser como ela.

*Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica pela UFPR, consultor, palestrante e professor de História e Filosofia no Curso Positivo

 

 

 

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