Museu da Imigração, em São Paulo, recebe neste final de semana, 20 e 21 de agosto, festival gastronômico "Comida de Herança".

Museu da Imigração, em São Paulo, recebe neste final de semana, 20 e 21 de agosto, festival gastronômico "Comida de Herança".

Celebrando a brasilidade e a diversidade gastronômica, o Comida de Herança uniu-se à FIC - Feira de Intercâmbio e Criatividade - para juntas apresentarem o festival gastronômico "Comida de Herança", que acontecerá neste próximo final de semana, dias 20 e 21 de agosto, das 10h às 18h no Museu da Imigração de São Paulo, na região da Mooca, zona leste de SP. Reunindo cerca de 50 expositores dentre pequenos produtores de alimentos e bebidas e artesãos, o festival irá oferecer aos visitantes alimentos de diferentes regiões do Brasil e do mundo, numa ode aos diferentes paladares gastronômicos.

Após sete edições de sucesso, o evento Comida de Herança faz seu retorno pós pandemia neste final de semana, nos dias 20 e 21 de agosto, no Museu da Imigração, na Mooca, em São Paulo. Com o intuito de apresentar e promover pequenos produtores, o festival gastronômico irá reunir cerca de 50 expositores dentre pequenos produtores de alimentos e bebidas e artesãos, oferecendo ainda ao público pratos para serem consumidos alimentos de diferentes regiões do Brasil e do mundo que trazem produtos que hoje se destacam por sua inovação em áreas gastronômicas com heranças culturais de diferentes partes do mundo e do Brasil. A curadoria do Festival seleciona produtores de qualidade, que tenham na cadeia produtiva, práticas sustentáveis, reuso e reciclagem e a preocupação com a procedência dos insumos e com o fazer manual.

Dessa vez, o evento se junta com a FIC - Feira de Intercâmbio e Criatividade, que promove o desenvolvimento do mercado de pequenos produtores, para uma ocupação e valorização dos espaços públicos livres da cidade, levando sua rede ao simbólico museu. FIC & Comida de Herança se unem criando uma proposta de "blend" entre as duas Feiras, onde duas curadoras e promotoras culturais, Mari Pini e Fawsia Borralho, pretendem produzir eventos mais potentes, diversificados e interativos. A ideia é criar uma conexão entre toda a cadeia de consumo desde o produtor até o consumidor e fomentar a economia dos pequenos empreendedores.

Com um conjunto incrível de produtores como: Bam Café, Cuscuz da Malu, Queijaria Rima, Fazenda Carnielli, Artesanal Pães, Beeliving, Geleiaboa, Sarunna, entre outros, o público terá a oportunidade de vivenciar diversos locais do país em poucos corredores. A ideia do evento é poder olhar com calma, degustar sem pressa e conhecer novos produtos, tudo isso no ambiente aberto e verde do Museu.
Mais sobre a FIC e Comida de Herança:

A FIC - Feira de Intercâmbio e Criatividade é um evento criada por Mari Pini, curadora e presidente do IDP - Instituto Design Público, organização social que promove o desenvolvimento do mercado de pequenos produtores. Desde sua criação, em 2016, já produziu mais de 60 eventos por diversos espaços livres e equipamentos públicos da cidade de São Paulo. @institutodesignpublico

A Comida de Herança, idealizado por Fawsia Borralho, é um evento exclusivo de gastronomia que seleciona produtores e chefs de cozinha levando em conta seus laços afetivos com os produtos. A seleção de expositores abrange praça de alimentação e empório. Já realizando sete edições com o apoio do Museu da Imigração de São Paulo. @comidadeheranca

SERVIÇO:

COMIDA DE HERANÇA - FESTIVAL DE GASTRONOMIA

Local Museu da Imigração do Estado de São Paulo

Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - Mooca. São Paulo, SP

Dia 20 e 21 de agosto

Horário 10:00 às 18:00

@museudaimigracao

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Segunda unidade do Venice faz sucesso no Champagnat

Segunda unidade do Venice faz sucesso no Champagnat

Espaço inaugurado em 06 de agosto traz nova opção de boa gastronomia para o bairro; marca é especializada em carnes e chopes

A mais nova pedida gastronômica do Champagnat já é destaque no bairro. O Venice Carnes & Chopes foi inaugurado no dia 06 de agosto, trazendo uma saborosa opção de bom churrasco. A loja também traz a expansão da marca, criada em 2019. Esta é a segunda unidade do Venice, que fica na Alameda Princesa Izabel (no 1430).

O espaço tem dois pavimentos e área externa, podendo receber 90 pessoas (40 sentadas). Lá, o público pode apreciar os clássicos hambúrgueres e sanduíches preparados na Parrilla, valorizando o sabor típico de churrasco. Destaque para o Sanduíche de Ragu de ossobuco, servido no pão ciabatta com muçarela de búfala e maionese verde.

“Nosso foco sempre foi e sempre será oferecer carnes de altíssima qualidade, preparadas na grelha, em Curitiba. Dos hambúrgueres aos cortes especiais, queremos proporcionar uma experiência gastronômica muito agradável para o nosso público. Tudo isso em um ambiente aconchegante, que tem a nossa cara e a nossa energia. Um bar despretensioso que se torna fascinante pela qualidade de seus produtos e atendimento”, detalha Fernando Souza, um dos sócios fundadores do bar.

O cardápio celebra ainda outras carnes preparadas na grelha, como assado de tira, picanha, pancetta de porco, linguicinha, sobrecoxa de frango desossada e até camarão grelhado. Todos são apresentados com acompanhamentos, entre eles o favorito do público: um chimichurri de receita exclusiva Venice. Aos sábados, é servida feijoada no almoço, com arroz, farofa, couve refogada com bacon, vinagrete e laranja. Para beber, a parceria com a cervejaria artesanal Swamp Brewing garante várias opções de chopes.

O Venice Carnes & Chopes do Champagnat fica na Alameda Princesa Izabel (n° 1430). A casa abre de quarta a sexta, das 17h às 23h; aos sábados, das 11h30 às 23h; e aos domingos, das 15h às 23h. Mais informações sobre o Venice nos perfis oficiais do empreendimento no Facebook (www.facebook.com/venicecarnesechopes) e no Instagram (@venicecarnesechopes).

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"Varíola do macaco": principal problema é a desinformação  

"Varíola do macaco": principal problema é a desinformação 

Professor de Saúde Pública do UniCuritiba explica os sintomas, as formas de transmissão e alerta: fake news e movimentos antivacina atrapalham as estratégias de contingência e prevenção da doença 

Declarada pela Organização Mundial da Saúde como emergência global de saúde pública, a varíola do macaco – ou monkeypox – avança pelo Brasil, inclusive com um óbito já confirmado. De acordo com o Ministério da Saúde, o país tem mais de 2.893 casos confirmados da doença e 3.555 casos suspeitos. Dos casos confirmados, 52 deles são no Paraná – a primeira confirmação no estado ocorreu no início de julho. A situação no país, na avaliação da OMS, é “muito preocupante”.

Professor de Saúde Pública do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, Fernando Staude Kloster explica que qualquer movimentação anormal no número de casos de uma doença deixa as autoridades sanitárias em alerta. O objetivo é evitar que equívocos cometidos no passado se repitam, como a crença de que algumas doenças não se disseminariam facilmente.

Apesar do nível de atenção, o mestre em Ciências Veterinárias recomenda uma análise atenta dos dados epidemiológicos para evitar pânico na população. “No dia da declaração da OMS, os dados oficiais eram de 16 mil casos em 75 países com cinco mortes. Isso resulta em uma taxa de letalidade de aproximadamente 0,03% ou três mortes a cada 10.000 infectados. Com esses números, ainda podemos dizer que o monkeypox não é tão letal quanto o SARS-Cov-2”, avalia.

Ainda assim, continua o especialista, não se pode subestimar um agente infeccioso sem observações e estudos. Segundo a OMS, o primeiro caso da doença foi relatado em 1970 e a proporção de pacientes mortos variou entre zero e 11%, com maior gravidade entre crianças.

A variação ocorre porque, até o momento, foram identificadas duas linhagens do monkeypox: uma da África Ocidental, com letalidade de 3,6%, e outra na Bacia do Congo, com índice de morte em 10,6%. “Enquanto os dados não são conclusivos sobre o avanço da doença no mundo, a recomendação é manter a atenção”, orienta Fernando. 

Doença negligenciada

O monkeypox não é o mesmo vírus causador da varíola humana, o smallpox. O professor do UniCuritiba explica que essa última doença, felizmente, já está erradicada. Mas, então, como surgiu esse novo tipo de varíola?

Mestre em Ciências Veterinárias, Fernando Kloster lembra que o avanço das cidades e das populações em direção às florestas faz com que algumas doenças do meio silvestre circulem entre humanos. “A questão é que quando a doença é endêmica em países em desenvolvimento, a preocupação parece menor. Quando se dissemina na Europa ou entre populações com maior poder aquisitivo, entra-se em alerta. O que é um grande equívoco.”

Para o professor, o monkeypox foi uma doença negligenciada até o momento, já que estava presente apenas em países da África. “A preocupação só aumentou quando casos positivos surgiram nos Estados Unidos e na Europa.”

Combate à desinformação

Semelhante a outras doenças virais, o monkeypox requer estratégias para impedir sua disseminação e Fernando Staude Kloster faz um alerta: é fundamental combater a desinformação.

“Em primeiro lugar, os macacos não são os culpados pela doença e sim vítimas, como nós. É por isso que as autoridades vêm usando o termo monkeypox e não varíola dos macacos para se referir à doença”, avisa.

A intenção é evitar que atrocidades sejam cometidas contra esses animais, já que os reservatórios descritos do monkeypox são, principalmente, os roedores. O nome varíola dos macacos surgiu por causa da primeira identificação da doença em primatas de um centro de pesquisa em 1958.

Outro ponto essencial é o combate à desinformação. “Os movimentos antivacina, fake news e teorias conspiratórias prejudicam os planos de contingência e prevenção de doenças. A própria varíola humana só foi erradicada com o auxílio da vacina em uma época que sequer existia um medicamento antiviral para a doença”, conta o professor de Saúde Pública.

O sarampo é um exemplo de enfermidade que voltou a ser registrada no Brasil. Segundo dados do Unicef, três em cada dez crianças brasileiras não têm as vacinas necessárias e a meta de vacinação contra o sarampo está muito abaixo da expectativa, com apenas 47,08% das crianças imunizadas – a meta era 95%.

Sintomas e cuidados

Os cuidados para evitar a transmissão do monkeypox passam pela higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70%, uso de máscara para evitar a contaminação por aerossóis e distanciamento social - medidas já adotadas na pandemia de Covid-19.

Pacientes com suspeita de monkeypox devem ficar isolados. Como a transmissão ocorre também pelo contato com as lesões, estabelecimentos de interesse em saúde, inclusive barbearias e salões de beleza, devem estar atentos.

Os sintomas da varíola do macaco costumam durar de duas a quatro semanas e incluem febre, dor de cabeça, aumento dos gânglios linfáticos, dores musculares, cansaço e lesões cutâneas.

De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas com início súbito de febre, aumento dos linfonodos e erupções na pele devem procurar um serviço de saúde. Não há tratamento específico para a doença, apenas medicamentos para o alívio dos sintomas.

Além disso, indivíduos suspeitos precisam evitar o contato com outras pessoas e o compartilhamento de talheres, toalhas, louças, panos de prato e roupa de cama, por exemplo. Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade são suscetíveis a quadros mais graves da doença.

No Brasil, o Ministério da Saúde articula a compra de vacinas e a OMS tem feito negociações de forma global com o fabricante para agilizar o acesso ao imunizante nos países com casos confirmados. A estratégia inicial é imunizar pessoas que tiveram contato com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco de exposição ao vírus.

Sobre o UniCuritiba

Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais. Conta com mais de 40 opções de cursos de graduação, em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, à disposição dos seus mais de 6 mil estudantes, com dois campi (Milton Vianna Filho e Pinheirinho) e mais de 60 laboratórios. Com professores mestres e doutores que possuem vivência prática e longa experiência profissional, o UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

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Ministério da Agricultura questiona conformidade de rotulagem de produtos plant-based, mas pesquisas afirmam que consumidor faz compra consciente

Ministério da Agricultura questiona conformidade de rotulagem de produtos plant-based, mas pesquisas afirmam que consumidor faz compra consciente

Nota técnica emitida pelo Mapa diz que termos como carne e leite vegetal podem confundir o consumidor. No entanto, pesquisas afirmam que as escolhas são conscientes

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) enviou um ofício no início do mês pedindo informações a respeito da rotulagem dos produtos feitos de plantas (plant-based) aos Ministérios da Saúde, a quem está vinculada a Anvisa, e da Justiça, onde está a Secretária Nacional do Consumidor (Senacon). O ofício se baseava em uma nota técnica do próprio MAPA e conclui que os produtos de proteína vegetal não estão em conformidade. Os principais questionamentos foram em torno dos termos utilizados nos rótulos que poderiam confundir o comnsumidor no ato da compra por utilizarem palavras que remetem a produtos exclusivamente de origem animal como hamburguer e leite, por exemplo. A partir disso, muitas informações equivocadas começaram a circular na internet, confundindo e gerando preocupação no setor de proteínas alternativas.

O presidente do Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), Gustavo Guadagnini, afirma que não existem indícios de que o governo tentaria aplicar regras criadas anos atrás a esse novo setor e que a expectativa é que novas regras sejam criadas especificamente para a nova indústria. “O GFI está totalmente envolvido no processo regulatório e esse ofício não significa uma mudança drástica de posicionamento nem uma nova decisão para o setor. Se o Mapa fosse cobrar a legislação atual, eles teriam autuado e multado as empresas de produtos vegetais. Todos já sabiam que o setor plant-based não está contemplado nas legislações atuais porque ele( o setor) não existia no momento em que estas foram criadas. Então, nossa expectativa é que sejam criadas regras específicas para essa nova indústria", disse.

A nota técnica não é um decreto ou uma mudança de legislação, é apenas parte de um ofício, ou seja, parte de uma conversa iniciada entre ministérios, a respeito da necessidade de regulamentar um novo setor. "O que precisamos fazer agora, enquanto setor, é intensificar a comunicação com os agentes regulatórios e compartilhar fatos e dados para que eles possam tomar as decisões corretas, inclusive, durante esse momento de transição", conclui Guadagnini.

Contexto global

Discussões similares já ocorreram ao redor do mundo e é possível identificar que os argumentos contra a utilização de termos animais pela indústria vegetal não têm se sustentado. A maioria das decisões contrárias ao setor têm sido derrubadas. Conheça alguns casos:

Em 2021, a União Europeia rejeitou a Emenda 171, que tornaria as regras para comercialização de produtos lácteos vegetais ainda mais restritivas e o Parlamento Europeu também votou contra uma moção que buscava proibir produtos à base de plantas de usar termos como hambúrguer, filé e salsicha. Na França, o Decreto que entraria em vigor em outubro deste ano proibindo termos “cárneos” em produtos vegetais acabou sendo suspenso.

Nos Estados Unidos, iniciativas tentam sem sucesso proibir o uso de termos como “leite” e “hambúrguer”. No Mississipi o processo foi arquivado após os dois lados entrarem em acordo sobre a rotulagem dos produtos e no Arkansas, um juiz concedeu uma liminar, tornando a lei inaplicável. Neste ano, a Tofurky conseguiu uma grande vitória judicial em Louisiana, quando o juiz considerou a lei inconstitucional. Com representação legal da Animal Legal Defense Fund e The Good Food Institute USA, o processo movido pela Tofurky provou que o Estado, que argumentou que termos como hambúrguer e salsicha em produtos plant-based confundem o consumidor, não apresentou nenhuma evidência comprovando isso e, portanto, não poderia provar que a lei promove o interesse do Estado de evitar a confusão do consumidor.

Já na Índia, os requisitos impostos em julho pela agência regulatória não dizem respeito a terminologias e nomenclaturas “emprestadas”: a preocupação é a de garantir que o produto vendido como “à base de plantas” seja realmente vegano.

Vamos aos fatos: o que dizem as pesquisas sobre o conhecimento dos consumidores no ato da compra

As normas criadas para cercear o uso de nomenclaturas pelo setor de produtos com base vegetal se baseiam na alegação de que o consumidor compra esses produtos por engano, já que levam nomes similares e eventualmente possuem imagens de animais. Mas as evidências apontam para o contrário e indicam que, na verdade, esses termos ajudam a transmitir com precisão o sabor, textura e função do produto vegetal. A maioria das pesquisas aponta que não seria mais claro para o consumidor se, em vez de “hambúrguer de ervilha”, estivesse escrito “disco de ervilha” na embalagem do produto. Similarmente, termos como “tubo vegetal” ao invés de “salsicha vegetal” só geram dificuldades de o consumidor entender a real aplicação do produto.

Para responder esse questionamento utilizando dados reais dos consumidores brasileiros, o GFI Brasil conduziu uma pesquisa com 2500 entrevistados distribuídos por todo o país, a fim de obter um dado estatisticamente representativo. De acordo com a pesquisa conduzida entre maio e junho de 2022, apenas 3% dos consumidores afirmam ter comprado um produto plant-based acreditando que fosse um alimento de origem animal. Ou seja, 97% dos consumidores brasileiros compraram produtos vegetais análogos pela primeira vez por escolha própria, de forma consciente.

A pesquisa “Are Consumers Really Confused by Plant-Based Food Labels? An Empirical Study” feita em 2020 pela Cornell University, mostrou que os consumidores não são mais propensos a pensar que os produtos à base de plantas vêm de animais se o nome do produto incorporar palavras tradicionalmente associadas a produtos de origem animal. Além disso, a pesquisa também concluiu que a omissão dessas palavras nos rótulos dos produtos vegetais faz com que os consumidores fiquem confusos sobre o sabor e uso do produto. Uma pesquisa holandesa de 2020 descobriu que 96% das 22.770 pessoas entrevistadas sabiam perfeitamente que salsichas vegetais não continham carne.

Já uma pesquisa realizada em 2021 na Austrália concluiu que 91% dos australianos nunca compraram erroneamente um produto à base de plantas pensando que era feito de carne. Na verdade, houve mais confusão por parte de consumidores que buscavam adquirir um produto vegetal e, sem querer, levaram um com ingredientes animais. O estudo analisou mais de 250 produtos vegetais alternativos à carne disponíveis em supermercados australianos e descobriu que 100% dos rótulos da frente das embalagens usam ao menos um termo para mostrar claramente que estão livres de carne. Já 85% usam dois ou mais termos para indicar que são totalmente vegetais e mais da metade usa três ou mais termos.

Outro estudo australiano de 2022 mostrou que 96% dos entrevistados nunca compraram uma alternativa à base de plantas por engano e, dos 4% restantes, mais de 67% admitiram que o erro aconteceu porque estavam com pressa e não leram corretamente ou não prestaram atenção. Já do outro lado, a confusão é bem mais comum: 41% dos entrevistados disseram já ter comprado um produto pensando que era totalmente vegetal, para depois descobrir que continha ingredientes de origem animal. Esse tipo de erro é possivelmente causado por produtos de origem animal que usam rótulos verdes para se dizerem mais saudáveis ou sustentáveis. Viu-se que 64% dos participantes disseram que termos como “meat-free” (sem carne) ajudam a diferenciar os produtos e 57% responderam que preferem termos ainda mais específicos (como “frango à base de plantas” e “picadinho sem carne”) para identificar o produto vegetal.

Vale mencionar que a porcentagem de consumidores que se engana com outros tipos de informação é bem mais alta do que os 3% encontrados no Brasil. Especialistas suspeitam que uma grande parte dos consumidores não sabe diferenciar termos já aprovados para rotulagem, como a diferença entre leite e composto lácteo, ou entre creme de leite e mistura culinária. A mídia nacional, inclusive, tem feito campanhas para esclarecer os consumidores quanto ao tema. É importante contextualizar a margem de erro aqui apresentada, comparando com outras que já são consideradas aceitáveis pela legislação. Pesquisas no Brasil e no mundo apontam que o setor de alimentos com base vegetal não é, e nem será, um problema real para o consumidor.

A verdade é que os consumidores não estão comprando produtos à base de plantas por engano. Eles estão comprando porque fazem parte do crescente movimento global de pessoas que estão em busca de produtos mais éticos, saudáveis, sustentáveis e que promovam a mesma experiência sensorial que os seus análogos.

Saudabilidade

Outro ponto que é pauta nas alegações recentes é quanto à saudabilidade dos produtos plant-based. De acordo com recente estudo nutricional realizado pelo GFI Brasil comparando produtos vegetais com seus análogos de origem animal, foi possível observar que os alimentos feitos de planta são mais benéficos à saúde. A análise foi conduzida a partir de dados coletados nos rótulos de almôndegas, empanados, hambúrgueres, linguiça e kibes de origem animal e vegetal levando em consideração a atualização dos critérios da ANVISA para rotulagem de alimentos embalados. Entre as novas diretrizes que entram em vigor em outubro de 2022, será obrigatório informar no rótulo frontal quando o produto apresentar índices altos de sódio e gordura saturada.

Ao estabelecerem paralelos com os conceitos da Classificação NOVA, parâmetro que agrupa os alimentos conforme o nível de processamento, revelou-se que os produtos plant-based processados proporcionam uma experiência nutricional saudável e adequada, principalmente quanto aos teores de fibra, densidade calórica, açúcares e teor proteico. Alguns dos resultados encontrados foram:

• Apenas 33% dos produtos de origem vegetal registraram altos teores de gordura saturada e sódio, enquanto 50% dos produtos de origem animal registraram alto teor de gordura e 58% de sódio;

• 76% dos produtos cárneos plant-based poderão conter alegação nutricional de fonte de fibra, contra apenas 4% dos produtos cárneos tradicionais;

• A média de ocorrência de aditivos alimentares foi maior nos produtos cárneos tradicionais, chegando ao valor médio de cinco aditivos por produto analisado. Já os produtos cárneos vegetais, apresentaram valor médio de apenas três aditivos para cada produto analisado.

Na mesma linha, pesquisas indicam benefícios ao adotar uma dieta à base de plantas, destacando vantagens relacionadas à redução da obesidade, controle da pressão arterial e colesterol. Franca et al. (2022) avaliou a composição nutricional e a natureza de processamento dos produtos plant-based. Ao estabelecerem paralelos com os conceitos da Classificação NOVA, os autores revelaram que os produtos plant-based processados (principalmente de 2° geração: substitutos de carne obtidos a partir de extrusão de alta umidade) proporcionam uma experiência nutricional saudável e adequada, principalmente quanto aos teores de fibra, densidade calórica, açúcares e teor proteico. Adicionalmente, Messina et al (2022) reportou que a composição do produto plant-based e seu impacto na saúde e sustentabilidade são os aspectos mais importantes a serem considerados na avaliação dos atributos nutricionais, ao invés do processamento envolvido na elaboração.

Tentar impedir que produtos vegetais usem termos já amplamente conhecidos não traz benefícios para o consumidor e nem ao mercado. No Brasil, o setor de carnes e frutos do mar plant-based movimentou, no ano passado, R$ 573 milhões em vendas no varejo e já colocou os produtos brasileiros em mais de 30 países pelo mundo. Não só novas empresas surgiram para atender esse mercado como gigantes do setor de proteína animal estão investindo fortemente em produtos à base de plantas, produtores primários (de grãos, leguminosas e vegetais) também vão se beneficiar desse setor em rápida expansão; supermercados vão poder oferecer, cada vez mais, uma ampla variedades de alimentos e contemplar todos os públicos. Isso sem contar nas inúmeras oportunidades para criar empregos, em diversas áreas.

O Brasil, que é líder em exportação de produtos animais, pode aproveitar todo o potencial de sua indústria e agronegócio para liderar também no setor de proteínas alternativas. Para o presidente do GFI Brasil, isso parece ser apenas questão de tempo: “nosso diálogo com o governo hoje é muito bom e o debate entre diferentes ministérios faz parte do processo regulatório, assim como a tomada pública de subsídios e a ideia de um Plano Nacional de Proteínas Alternativas, coisas que já aconteceram. Estamos confiantes que o processo regulatório Brasileiro será a favor da inovação e virá para lançar o agro brasileiro à liderança do setor de proteínas alternativas.

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Daiso Japan inaugura sua maior loja no Jockey Plaza Shopping

Daiso Japan inaugura sua maior loja no Jockey Plaza Shopping

Terceira operação da marca na cidade, a loja está em um espaço de 438m²; rede japonesa no setor varejista está presente em 28 países

A Daiso Japan abre sua terceira loja na capital paranaense, nesta quarta feira dia 17 de agosto, no Jockey Plaza Shopping. A loja está localizada no piso L2, e é a maior operação da marca na cidade. O evento de inauguração, aberto ao público, conta com a participação de influenciadores digitais e distribuição de brindes surpresa para os cem primeiros clientes, além de promoção especial de compre e ganhe, em parceria com a Panasonic, que estará com o seu mascote, Leo, para interagir e fotografar com os clientes no primeiro final de semana de funcionamento.

A nova operação traz toda a variedade dos famosos e tão amados itens de papelaria, produtos pet, utensílios para cozinha e alimentos típicos japoneses, além das mais diversas e incríveis novidades em produtos orientais e chega para completar o vasto mix de lojas no segmento de utilidades, presentes e produtos para o lar do Jockey.

Tudo começou em 1972, quando o então presidente japonês, Hirotake Yano, abriu a “Yano Shoten” — uma loja móvel que vendia produtos a 100 ienes (moeda local). Em 1991 abriu a primeira loja própria (Takamatsu store) e, a partir daí, a Daiso não parou mais de crescer. Por meio das lojas, a Daiso proporciona aos clientes a experiência de encontrar produtos surpreendentes, divertidos e inigualáveis, com uma linha de produtos abrangentes, reconhecidos e desejados não apenas no país de origem, mas no mundo todo.

O Jockey Plaza Shopping fica no Tarumã, na Rua Konrad Adenauer, 370 e tem estacionamento com valor de R$8, por até 30 min, e R$14 por todo o período de utilização dentro da mesma diária, com taxa de R$20 de pernoite. As lojas funcionam de segunda a sexta, das 11h às 23h, aos sábados, das 10h às 22h e aos domingos, das 14h às 20h. E as operações de alimentação de segunda a sexta, das 11h às 23h, aos sábados, das 10h às 23h, e aos domingos, das 11h às 22h.

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